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Com câncer, jovem de 20 anos celebra transplante feito da própria medula: ‘meu 2º nascimento’

Estudante de Direito, Kauan Rosa não deixou a faculdade de lado e seguiu com as atividades mesmo internado. O jovem passou por um transplante autólogo de medula óssea.
(Foto: Messias Ferreira/Reprodução)

Kauan Rosa, de 20 anos, nasceu pela 2ª vez em dezembro do ano passado. Com câncer, o estudante de Direito recebeu transplante da própria medula. A alta médica veio na quinta-feira (4), momento em que o jovem comemorou a nova vida.

O procedimento feito por Kauan é diferente do convencional nos quadros clínicos semelhantes. O jovem passou por um transplante autólogo de medula óssea.

O transplante autólogo de medula óssea é quando as próprias células-tronco do paciente são removidas antes dos procedimentos mais invasivos do tratamento, como a quimioterapia ou radioterapia. Após a retirada, as células são armazenadas e, depois, usadas.

Da internação a alta médica
Internado desde 30 de novembro do ano passado, Kauan comemorou a alta e relembrou da importância da família para passar por este turbilhão de sentimentos.

“Foi um tempo longo para gente descobrir o linfoma, desde o começo dos sintomas até o diagnóstico, levou uns seis meses. Eu sentia febre, mas os exames de sangue davam normais, aí depois de um exame de imagem e uma biópsia, eu descobri o linfoma, aí já começamos o tratamento com a quimioterapia. Eu fiquei imunossuprimido, a imunidade foi lá embaixo. Meu pai, minha mãe, minhas avós, foram importantíssimos para que eu chegasse até aqui”.

Kauan, que mora em Dourados, foi diagnosticado há pouco mais de um ano com linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer que se origina no sistema linfático, responsável pela produção das células de imunidade.

Sem largar a faculdade de Direito, Kauan se manteve no curso tão sonhada durante todo o tratamento. “Eu não queria largar minha faculdade, eu ia quando podia, fiz acordo com os coordenadores e com os professores, quando estava melhorzinho, fazia provas, apresentava seminários, mas em nenhum momento cogitei trancar minha faculdade, não à toa passei e vou agora para o terceiro ano”.

Para a hematologista e responsável pelo setor de transplante de medula óssea do Hospital Cassems de Campo Grande, Soraya Romanini, o bom humor do paciente durante a internação colaborou muito para o êxito da “pega” da medula.

“Todo tratamento quimioterápico que ele havia feito previamente não tinha surtido efeito necessário para que ele tivesse a desejada cura, então ele teve que passar por esse transplante de medula óssea autólogo e felizmente correu tudo bem. Ele teve hoje confirmada a pega da medula e está recebendo a sua alta hospitalar. O Kauan foi um paciente que nos cativou muito, pelo bom humor que ele teve durante o tratamento, colaborando para que tudo desse certo. Um menino novo, mas com muita sabedoria, ativo, muito otimista e foi um grande parceiro de toda a equipe na realização do transplante”.

Com informações do G1

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