O Paraná registrou uma área plantada de mandioca de 50 mil hectares, um aumento de 25% em comparação a 2023, quando a área era de 40 mil hectares, segundo a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
Porém, mesmo com o aumento, o valor pago aos produtores caiu.
Em Paranavaí, no noroeste do Paraná e maior região produtora do estado, por exemplo, a redução nos últimos 12 meses chegou a 53%: em fevereiro de 2023, a tonelada era vendida a R$ 1.058, preço que caiu para R$ 493/tonelada no mesmo período de 2024, segundo dados da Seab.
Aumento pode ter impactado
O aumento registrado pela secretaria pode ter impactado os preços de 2024, como explica o economista da Seab em Paranavaí, Ênio Luiz Debarba.
“Temos aquela máxima de oferta e procura. A mandioca tem muito a ver com as questões que acontecem antes da porteira, que é o tamanho das áreas plantadas. [Esse aumento de área plantada desde 2022] é uma questão que interfere no preço, porque vai existir maior oferta do produto em função da própria área”, afirma.
Mudança no mercado
Em 2023, com uma área menor plantada e, consequentemente, um valor de venda bom para o produtor, o Paraná precisou comprar mandioca de outras regiões para dar conta da demanda na indústria, o que não deve se repetir este ano.
“Em um curto espaço de tempo, [não deve haver] uma melhora significativa no preço da mandioca. Vai depender muito da própria indústria, da indústria de farinha, das fecularias, vai ficar uma situação difícil. Porque temos produtores tradicionais, que têm áreas próprias – esse produtor é totalmente preparado, equipado, e consegue atravessar esses problemas. Os produtores que não têm a mesma construção de maquinário, não têm a terra, terão mais dificuldade para resolver os problemas”, descreve Debarba.
Custos de produção
Além da queda nos preços da mandioca, agricultores reclamam ainda do aumento nos custos de produção.
Vanderson Bruning, produtor de mandioca em São João do Caiuá, também no noroeste, conta que, dos 17 hectares que tem plantados com a raiz, sete estão reservados para colher mais para frente, justamente por conta do preço.
“Cheguei a vender mandioca a R$ 2,20, hoje está R$ 0,80. Minha sorte é que eu não pago arrendamento, senão a conta não fecharia. Além disso, tem o preço do adubo, do veneno, mais a mão de obra, que é a parte mais difícil hoje em dia. A expectativa não é das melhores”, desabafa.
Com informações do G1