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A triste história da dengue e suas vítimas no território brasileiro – Dilceu Sperafico

O autor é deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado.
(Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

A dengue, que tanto preocupa autoridades, profissionais de saúde e famílias de municípios, Estados e do País, não representa nenhuma novidade na história brasileira. Prova disso é que em duas décadas, o Brasil registrou 10 mil mortos pela enfermidade e 16 milhões de casos prováveis da doença. Entre 2004 e 2023, o número de mortes saltou de 19 para 1.094, com aumento de 5.657%, de acordo com o Ministério da Saúde. Para piorar ainda mais o quadro, os casos de dengue no Brasil em 2024 já somam mais de 1,6 milhão e cerca de 400 mortes, além de 1.126 em investigação.

Não por acaso, portanto, autoridades federais mobilizaram milhões de alunos de escolas públicas para combater o mosquito da dengue na residência de suas famílias e espaços públicos, incluindo os próprios educandários. Já Estados e municípios estão decretando situação de emergência em seus territórios, realizando campanhas e mutirões de limpeza pública e recolhimento de lixo e estabelecendo multas e outras punições para proprietários de imóveis onde são encontrados criadouros do inseto, pois as vacinas disponíveis para a população, estão sendo ignoradas pela população, mesmo que o risco de morte pela dengue seja maior entre pessoas idosas e as internações de jovens de 10 a 14 anos.

Na maioria das cidades, em terrenos baldios há enorme quantidade de pneus, embalagens plásticas e outros objetos cheios de água, como acontece, mesmo que em menor proporção, nos imóveis ocupados, inclusive por empresas e lojas. Não por acaso, portanto, os casos graves de dengue aumentaram cerca de 200% no País em 2024 na comparação com o ano anterior, segundo boletim do Ministério da Saúde. Nada menos do que 80% dos criadouros do mosquito estão em pátios de residências e empresas, além dos terrenos baldios, demonstrando que a população está deixando de fazer a sua parte.

Com o calor elevado, desde o início do ano até o final de fevereiro, por exemplo, as contaminações graves no País somaram 7.575. No mesmo período de 2023, esse número foi de 2.553, o que significa número quase três vezes maior em 2024 que a registrada no ano passado. Já os casos prováveis saltaram de 165.839 para 688.461no Brasil. O mais preocupante é que essa epidemia assustadora não representa nenhuma novidade no País. Nos últimos 20 anos, nada menos do que 10.027 pessoas morreram vítimas de dengue no Brasil e mais de 16 milhões foram casos prováveis da doença.

Segundo o Ministério da Saúde, entre 2004 e 2023 o número de mortes de brasileiros pela enfermidade saltou de 19 para 1.094, o que representa um aumento de 5.657%. Como desde o ano passado, o Brasil vem enfrentando aumento nos casos de dengue, o ministério incorporou a vacina contra no Sistema Único de Saúde (SUS), em dezembro do ano passado e em janeiro, chegaram ao País as primeiras doses do imunizante, que deve atender a 3,2 milhões de pessoas este ano.

As vacinas estão sendo aplicadas em duas doses com intervalo de, no mínimo, três meses, tendo em 2024 como público-alvo crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, o grupo que concentra o maior número de hospitalizações pela doença e liberação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Pena que no Oeste do Paraná, apesar dos milhares de casos já confirmados e dezenas de mortes, para a tristeza dos familiares, somente Foz do Iguaçu está recebendo doses da vacina e em número insuficiente.

*O autor é deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado

E-mail: [email protected]

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