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Preços da soja no Brasil podem reagir, diz analista

Quanto ao futuro da produção brasileira de soja, consultor da Safras & Mercado expressou confiança de que as perdas não devem se agravar significativamente.
(Foto: Luiz Fernando Cerni/Oeste Notícias)

O analista e consultor de Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez Roque, disse nesta terça-feira (26), na abertura da 7ª edição do Safras Agri Week, que o mercado brasileiro de soja segue trabalhando com um cenário de depreciação nos preços.

O analista destacou que essa tendência já vem sendo observada ao longo do último ano, embora exista uma expectativa de recuperação, especialmente a partir do segundo semestre.

Ele ressaltou que o mercado já alcançou o que poderia ser considerado o “fundo do poço” em termos de preço.

Uma das principais questões em debate no momento, segundo o especialista, é o tamanho da safra brasileira da oleaginosa.

Os dados mais recentes da Safras & Mercado, considerando as perdas registradas em diversos estados, indicam uma produção de 148,6 milhões de toneladas, abaixo da estimativa inicial que ultrapassava 160 milhões de toneladas.

“A baixa umidade no centro-norte do Brasil nos meses de outubro, novembro e dezembro foi um destaque negativo, comprometendo a produção, especialmente no Mato Grosso. Como ponto positivo da produção é possível apontar a recuperação da produção no Rio Grande do Sul”, diz.

Quanto ao futuro da produção brasileira de soja, o consultor expressou confiança de que as perdas não devem se agravar significativamente, considerando que a colheita já está próxima de 70% no país, com expectativas positivas, especialmente na região do Matopiba.

Comercialização de soja está muito lenta
No Brasil, o ritmo lento de vendas da safra influencia também os preços baixos da soja, que até 8 de março alcançaram apenas cerca de 36% do esperado.

“Quando o produtor segura a venda de soja e começa a negociá-la no momento da colheita, isso acaba impedindo com que haja uma recuperação dos preços”, explica.

Nas exportações, por outro lado, o desempenho vem se mostrando bastante positivo no primeiro trimestre, com 26,8 milhões de toneladas de soja indicadas para embarques, segundo o line-up, a programação de embarques dos portos brasileiros.

Para todo o ano, Safras estima que as exportações devam ficar ao redor de 94 milhões de toneladas, abaixo das 102 milhões de toneladas embarcadas em 2023.

“Como teremos uma produção menor, deixando de colher entre 10 a 15 milhões de toneladas de soja, não haverá tanta oferta para atender a indústria esmagadora e a demanda externa”, justifica.

Para o farelo de soja, o analista Gabriel Viana sinaliza que o mercado tende a ser mais fraco no Brasil nesse ano, seja pela menor oferta interna, seja pelo menor potencial de exportação, por conta da maior concorrência com a Argentina, que está recuperando seu potencial produtivo.

Para o óleo de soja, por outro lado, há uma perspectiva de recuperação nos preços e na demanda, diante do maior esmagamento voltado a produção de biodiesel B14.

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