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Petrobras perde quase R$ 70 bi em uma semana após demissão de Prates

Ação da estatal acumula perda de 12% com temor de ingerência do governo federal; empresa é avaliada em R$ 487 bilhões.
(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A Petrobras perdeu R$ 68,1 bilhões na semana com a forte queda das ações em reação do mercado a troca do presidente Jean Paul Prates e receio de ingerência do governo federal no comando da empresa.

O executivo foi demitido por Lula na terça-feira (14) após desgaste envolvendo distribuição de dividendos extraordinários.

Somente nos últimos três dias, o montante foi reduzido em R$ 55,3 bilhões — o equivalente ao preço da Sabesp (SBSP3) —, conforme dados do analista Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria.

As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) acumulam queda de 11,8% e as ordinárias (PETR3) recuo de 12,6% na semana, após o fechamento do mercado nesta sexta-feira (17).

Com esse desempenho, o valor de mercado da Petrobras encolheu para R$ 487,6 bilhões.

Apesar da queda semanal, as ações preferenciais somam alta de 5,66% desde o início do ano, enquanto as ordinárias valorizaram 5,75%.

Nos últimos 12 meses, as opções PETR4 uma valorização de 76,14% e PETR3 subiram 61,20%.

Demissão de Prates afasta investidores
Prates foi demitido pelo presidente Lula nesta quarta-feira, cerca de um mês após rumores da sua saída em meio a debates entre membros do governo sobre a distribuição de dividendos extraordinários referentes ao exercício de 2023.

A demissão repercutiu negativamente entre o mercado com o temor de mais influência do governo federal no comando da estatal.

O primeiro sinal de descontentamento veio logo na sequência do anúncio da demissão — após o fechamento do Ibovespa — com a queda de quase 7% das ADRs da Petrobras no pós-mercado em Wall Street.

A fuga de investidores se manteve no dia seguinte, com a perda de R$ 34 bilhões ao fechamento do Ibovespa na quarta-feira (15).

O Ministério de Minas e Energia indicou Magda Chambriard, ex-diretora da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), para ocupar a posição.

O nome, porém, ainda precisa passar por trâmites até ser apreciado pelo conselho de administração. O processo deve levar média de 15 dias, segundo a Petrobras.

Enquanto isso, o comando da empresa está sob responsabilidade de Clarice Coppetti, diretora executiva de Assuntos Corporativos.

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