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Após reunião com Lula, Leite diz que empresas têm dificuldade para acessar recursos de programas federais voltados ao RS

Segundo ele, programa federal para preservar empregos no RS tem regras 'engessadas'.
(Foto: Frame/Mauro Nascimento/Secom)

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (21) que empresas gaúchas estão tendo dificuldade para acessar recursos dos programas criados pelo governo federal para recuperar o estado depois das fortes chuvas do primeiro semestre.

O tucano deu a declaração depois de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio do Planalto, em Brasília.

Leite citou como exemplo o programa instituído para preservar empregos em empresas que foram atingidas pelos temporais de maio deste ano. Para o governador, a iniciativa tem regras “engessadas” e precisa ser ajustada.

“Tem um descompasso entre o apoio que é anunciado e apoio que se está efetivando lá na ponta. É isso que a gente demanda. Eu não faço a crítica para que seja o governo fustigado. Eu faço a crítica para que ajustem, melhorem e aprimorem. E entreguem, portanto, à população o que eles mesmos propuseram”, declarou o tucano.

O governador avaliou que o programa de preservação de empregos precisa passar por uma remodelação de forma a se aproximar do que foi feito durante a pandemia da Covid-19, quando, na gestão Jair Bolsonaro, o governo federal flexibilizou regras trabalhistas, com redução de jornadas e salários, para evitar demissões.

“Se fosse integralmente a replicação do [programa] da pandemia, estaria atendendo a todas as possibilidades para o estado. É isso que a gente está advogando”, disse

Segundo Leite, o programa de manutenção de emprego anunciado por Lula para o estado prevê R$ 1,2 bilhão, porém as empresas apenas conseguiram acessar cerca de R$ 170 milhões em razão das regras.
O governador também declarou que empresas têm dificuldades para conseguir empréstimos com juros subsidiados. A mesma situação ocorre para renegociação de dívidas do agronegócio.

Troca de farpas com Lula
Leite afirmou que continuam as divergências com o governo federal, mas que a conversa com Lula foi “boa”, que tomou notas dos relatos apresentados nesta quarta-feira.

“Eu faço um agradecimento, mas eu não deixo de demandar, não deixo de reclamar, não deixo de criticar se for o caso. Entendo que é o meu papel como governador fazer isso, diante de um estado que enfrentou grave calamidade, precisa de todo o apoio, teve apoio está tendo o apoio”, afirmou o governador.

Leite disse que as divergências entre ele e Lula fazem parte da política, mas que, da parte dele, são críticas “sempre na bola”, “nunca na canela”.

Na sexta passada (16), em visita ao Rio Grande do Sul, Lula concedeu entrevista à Rádio Gaúcha, do Grupo RBS, e reclamou das críticas de Leite, que já disse ter “cansado de esperar” os anúncios do governo federal para o estado.

“Eu às vezes fico incomodado, porque o governador ele nunca está contente com as coisas. O governador deveria um dia me agradecer: ‘Lula, obrigado pelo tratamento que você está dando ao Rio Grande do Sul, porque o Rio Grande do Sul nunca foi tratado assim'”, comentou Lula na ocasião.

Na mesma entrevista, o presidente disse que “ninguém será tratado diferente” por não gostar do PT e que não faz política para governador.

“O governador também fala todo dia: ‘é insuficiente, insuficiente, insuficiente’. Tudo é insuficiente”, afirmou Lula.

Após a entrevista, durante evento de entrega de casas populares em Porto Alegre, Leite disse que “não se trata de qualquer coisa pessoal ou ideológica”. Segundo o governador, “se trata das demandas para que o estado seja atendido”.

“Não é só que o Rio Grande do Sul que quer mais atenção. O Rio Grande do Sul precisa dessa atenção e reivindica os seus direitos. Não deixará de haver reconhecimento, portanto, não deixará de haver, de outro lado também, cobranças e demandas para que a gente possa entregar para a nossa sociedade o que é de direito”, rebateu Leite.

Por fim, Lula disse que não há disputas com o governador do RS.

“Eduardo, toda vez que você olhar para o governo federal, saiba que você tem um amigo. Eu não disputo nada com você, não disputo popularidade, não sou um gestor. Eu sou um político e gosto de fazer política”, disse.

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