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Empresário que confessou ter enterrado corpo de adolescente contou que a conheceu meses antes em app de relacionamento, diz polícia

Giovana Pereira Caetano de Almeida tinha 16 anos quando desapareceu, em dezembro de 2023; o corpo dela foi achado nesta quarta em sítio.

O empresário Gleison Luís Menegildo, que confessou ter enterrado o corpo da adolescente Giovana Pereira Caetano de Almeida no sítio dele, em Nova Granada (SP), disse à polícia que conheceu a vítima em um aplicativo de relacionamento. A adolescente desapareceu em dezembro de 2023, quando tinha 16 anos. O corpo dela foi encontrado na manhã de quarta-feira (28).

O empresário e o caseiro do sítio dele, Cleber Danilo Partezani, que admitiu ter cavado a vala onde o corpo estava, foram presos em flagrante por ocultação de cadáver e porte ilegal de arma de fogo – duas armas foram apreendidas com eles. No entanto, os dois foram soltos após pagamento de fiança de R$ 22 mil (R$ 15 mil pela soltura do empresário e R$ 7 mil pela do caseiro).

A polícia não dá detalhes sobre atual linha de investigação, mas informou que ainda apura a dinâmica do crime para saber se há mais envolvidos. O laudo que deverá apontar as causas da morte da adolescente deve ficar pronto em 30 dias.

Inicialmente, o empresário informou à polícia que Giovana foi a sua empresa para uma entrevista de estágio. Lá, ela teria tido relações sexuais com um funcionário dele e, ainda segundo a versão do empresário, ela passou mal e morreu depois de consumir cocaína.

Os aplicativos de relacionamento só permitem usuários com 18 anos de idade ou mais.

Suposto encontro
Em entrevista à TV TEM, afiliada da TV Globo, o delegado Ericson Sales Abufares contou que, em depoimento, Gleison Luís Menegildo contou já ter saído com Giovana meses antes do dia em que ela morreu, depois de eles terem se conhecido em um aplicativo de relacionamento. O empresário afirmou ter tido pouco contato com ela, mas, meses após saírem, ela foi à empresa dele levar seu currículo.

“O empresário informou que, há 15 meses, ele conheceu a garota em um aplicativo de relacionamento e teria saído com ela naquela época. Cerca de sete meses depois, no fim do ano, a jovem teria pedido um emprego para ele. Por isso, ele falou: ‘traga seu currículo aqui que nós vamos analisar’. E foi aí que teve um novo encontro com ela, na empresa dele, em São José do Rio Preto”, explicou o delegado.

Também em entrevista à TV TEM, a mãe da menina, Patrícia Alessandra Pereira de Almeida, de 39 anos, afirmou que era muito próxima da filha e que sabia que ela tinha conhecido o empresário. Ela contou que chegou a advertir a filha para que não saísse com o homem devido à diferença de idade dos dois.

“Há um tempo, eu peguei no celular dela ela conversando com ele. Eu até chamei atenção. Falei: ‘filha, esse cara tem mais de 30 anos, 30 e poucos anos, e você tem 16 anos… Não precisa disso’. A gente era muito amiga, ela me contava absolutamente tudo. Ela falou: ‘mamãe, eu saí com ele’. A gente até discutiu. Ela falou: ‘ele ofereceu até para me pagar’. Eu falei: ‘você não precisa disso'”, contou a mãe.

Relato sobre drogas
A mãe de Giovana contestou a versão de Gleison de que a adolescente teria feito uso de droga e disse acreditar que ela tenha sido forçada a consumir alguma substância.

Segundo o relato do empresário à polícia, no dia em que ela foi à empresa dele, após a entrevista de estágio, a adolescente começou a fazer uso de droga. Ele disse ter saído para comprar bebida e, quando retornou, foi surpreendido por outra situação.

“Ele disse que ela chegou, eles conversaram e, em um dado momento, ela usou um cigarro de maconha. Após isso, ele teria saído para buscar uma cerveja e, quando retornou, viu um funcionário aos beijos e abraços com ela”, afirmou o delegado.

“Em um dado momento, esse funcionário disse que viu ela passando mal após usar cocaína que estaria na mesa, em um recipiente de remédio. Após isso, ele [empresário] disse que tentou fazer os primeiros-socorros e, como estava em desespero, acabou colocando-a na caminhonete e indo para os outros locais”, continua o delegado.

O empresário teria andado de carro com o corpo por mais de um local até decidir enterrá-lo em seu sítio.

De acordo com ele, funcionários que estariam na empresa e viram a movimentação deverão ser ouvidos pela polícia. “Estamos aguardando as provas periciais já coletadas que foram realizadas e aí veremos quais serão os próximos passos dos inquéritos policiais.”

O delegado não confirma se, além do caseiro e do empresário, existem outras pessoas que tiveram participação no crime.

‘Ato de desespero’
Ainda segundo o delegado, o empresário também disse que enterrou a vítima em um “ato de desespero”.

“O empresário disse que, em um primeiro momento, em um ato de desespero, ele teria colocado o corpo dela na caminhonete e ido até o distrito de Macaúba, em Mirassolândia (SP). Ele ia colocar o corpo em um rio que existe na região, mas resolveu depois vir até Nova Granada, na propriedade rural dele. Pediu para o caseiro providenciar uma vala, pois ele teria algo para enterrar. Foi onde depositou o corpo lá e o caseiro fechou com a terra, e por lá permaneceu o corpo”, finalizou.

O caseiro, que também chegou a ser preso, contou à polícia que abriu a vala a pedido do empresário, mas que não sabia que era para enterrar um corpo.

Denúncia informou sobre corpo
A Polícia Militar informou que uma denúncia avisou que um corpo havia sido enterrado na propriedade do empresário, em Nova Granada. Os policiais foram até o local e abordaram o caseiro Cleber, que confirmou a informação sobre o corpo e levou os policiais até o ponto onde ele foi deixado.

Ao encontrar a ossada, os policiais foram atrás de Gleison Luís Menegildo, quando foi encontrado na empresa dele, em Rio Preto. Inicialmente, o empresário negou o crime, mas acabou confessando que levou o corpo até o sítio em 21 de dezembro de 2023 com a ajuda do caseiro Cleber Danilo Partezani.

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