O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária deve recuar 2,2% neste ano, alcançando R$ 1,265 trilhão, estimou a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Em 2023, o VBP da agropecuária foi de R$ 1,293 trilhão, informou a CNA em nota técnica. O VBP é o faturamento bruto dos estabelecimentos rurais, considerando a produção agrícola e pecuária e a média de preços recebidos pelos produtores rurais de todo o país.
Em setembro, a confederação previa uma queda maior no VBP do setor, de 3,2% para R$ 1,239 trilhão. De acordo com a CNA, a revisão na produção pecuária minimizou a retração prevista para o VBP anual, mas não foi suficiente para reverter a queda.
A maior retração tende a ser registrada na agricultura, com redução prevista de 3,7% no VBP, passando de R$ 878,6 bilhões para R$ 846 bilhões neste ano. Na pecuária, o VBP é projetado pela CNA em R$ 418,6 bilhões ao fim deste ano, alta de 1% ante 2023, quando o setor registrou R$ 414,4 bilhões de VBP.
Na agricultura, a soja, que deve representar 37,5% do VBP, com maior participação entre as culturas, tende a registrar um resultado 16,4% menor que o de 2023. “A soja segue registrando queda nos preços de 12,3%, acompanhada pela queda da produção de 4,7%”, observou a CNA, na nota. O milho, que também tem preços 8,3% menores e produção 12,3% inferior, tende a apresentar queda de 19,6% no VBP, prevê a CNA. O cereal é a segunda cultura com maior participação no VBP agrícola. Em contrapartida, o aumento de 4,9% dos preços e de 0,9% da produção pode impulsionar o VBP da cana-de-açúcar em 5,4% neste ano. A cultura tem a terceira maior participação no VBP da agricultura.
Na pecuária, o melhor desempenho da carne suína, de frango e do leite devem compensar a queda de 2% no VBP da carne bovina – que representa 44,3% do VBP da pecuária. O resultado negativo da bovinocultura de corte deve-se à combinação do aumento de 6,6% na produção com preços 8,1% menores que no último ano. Já a cadeira leiteira, que é responsável por 21,5% do VBP do setor, apresenta queda de 0,8% nos preços, que é compensada por uma produção 3,4% superior, devendo resultar em alta de 2,5% do VBP.