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Farinha do bolo teria sido contaminada quase um mês antes do envenenamento de família no RS, diz polícia

Deise Moura dos Anjos está presa temporariamente após três pessoas morrerem depois de comerem um bolo envenenado.

A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que a farinha do bolo tenha sido contaminada quase um mês antes do episódio que causou três mortes em Torres, no Litoral do RS. A informação foi confirmada pelo delegado Marcos Vinicius Veloso, responsável pelo caso, em entrevista à RBS TV.

Segundo apurou a investigação, Deise dos Anjos, presa temporariamente por suspeita de envenenamento, teria feito uma visita a sogra no dia 20 de novembro e, nesta data, teria tido a oportunidade de contaminar a farinha.

“As informações que nós temos no inquérito policial são de que a investigada esteve na cidade de Arroio do Sal, na última vez, no dia 20 de novembro. E, pelas informações que já foram coletadas do inquérito, nesta data a Polícia Civil acredita que possa ter ocorrido o envenenamento da farinha que foi utilizada no bolo que foi consumido na cidade de Torres”, afirmou o delegado.

Investigação
A sogra da suspeita, Zeli dos Anjos, e o marido, Diego Silva dos Anjos, prestaram depoimentos como testemunhas na segunda-feira (20), e não são tratados como suspeitos pela polícia. Zeli preparou o bolo e chegou a ficar internada por complicações do envenenamento.

Segundo o delegado, Zeli dos Anjos era o principal alvo dos envenenamentos. Mesmo assim, a polícia ainda trabalha para confirmar se a intenção de Deise dos Anjos também era envenenar o restante da família.

“Não descartamos nenhuma hipótese, pois há depoimento bem anterior, no início da investigação, que a investigada disse que queria ainda ver toda a família dentro de um caixão”, afirmou o delegado.

Em nota divulgada no dia 10 de janeiro, a defesa da suspeita Deise Moura dos Anjos, presa temporariamente, alega que “as declarações divulgadas ainda não foram judicializadas no procedimento sobre o caso” e que “aguarda a integralidade dos documentos e provas para análise e manifestação”.

Depois do caso do bolo ser revelado, a polícia passou a investigar se Deise Moura dos Anjos teria envolvimento também na morte do sogro, Paulo Luiz dos Anjos, que morreu em setembro, supostamente por intoxicação alimentar.

A polícia exumou o corpo, e exames constataram que ele ingeriu arsênio antes de morrer. O sogro de Deise morreu de infecção intestinal após consumir bananas e leite em pó levados à casa dele pela nora.

Após a morte de Paulo, um áudio enviado por Deise revela o relacionamento problemático com a família.

“A gente tá muito nervoso, muito ansioso, um pouco depressivo também. Ele era um pai maravilhoso, um avô muito querido e a minha sogra é uma peste”, diz.

Os envenenados
De acordo com a Polícia Civil, sete pessoas da mesma família estavam reunidas em uma casa, durante um café da tarde, quando começaram a passar mal. Apenas uma delas não comeu o bolo. Zeli dos Anjos, que preparou o alimento, em Arroio do Sal e levou para Torres, também foi hospitalizada.

Entenda quem é quem no caso do bolo em Torres
Três mulheres morreram com intervalo de algumas horas. Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva tiveram parada cardiorrespiratória, segundo o hospital. Neuza Denize Silva dos Anjos teve como causa da morte divulgada “choque pós-intoxicação alimentar”.

A mulher que preparou o bolo, Zeli dos Anjos, recebeu alta do hospital nesta sexta-feira (10). Segundo o delegado Marcos Vinícius Veloso, ela foi a única pessoa da casa a comer duas fatias. Uma criança de 10 anos, que também comeu o bolo, foi liberada na semana anterior.

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