A vacina contra o HPV reduziu 58% dos casos de câncer de colo de útero e 63% de casos de lesões pré-cancerosas graves. Os dados são de um estudo da Fiocruz, realizado a partir de dados do SUS, entre 2019 e 2023.
Para compreender os impactos da vacinação contra o HPV, o papilomavírus humano, pesquisadores analisaram mais de 60 milhões de mulheres em cada ano, com idades entre 20 e 24 anos. Esse vírus pode causar diversos tipos de câncer. Entre eles, o câncer do colo do útero, que é o segundo mais comum entre mulheres brasileiras e representa uma das principais causas de mortalidade feminina.
O estudo sobre a vacina foi consistente mesmo antes dos 25 anos, idade indicada para o rastreamento. Os resultados demonstram ainda o potencial do imunizante como uma das estratégias mais eficazes de saúde pública para salvar vidas e reduzir desigualdades no acesso à saúde. O pesquisador da Fiocruz Bahia, Thiago Cerqueira-Silva, explica o resultado da análise.
“Essa faixa etária que a gente já avaliou de 20 a 24 anos, ela não é a mais comum para câncer de colo de útero e também não está incluída no rastreio para câncer de colo de útero. Só de perceber se a redução de câncer nessa faixa etária, é um resultado bem positivo, ainda mais que todos os outros estudos avaliando essa relação foram feitos em países ricos”.
No entanto, apesar de a pesquisa mostrar bons resultados da imunização contra o HPV; no Brasil, ainda é baixa a adesão da população em campanhas de vacinação. Para Thiago Cerqueira, um dos fatores para isso é a propagação de fake News sobre as vacinas.
“Combate a desinformação é primordial, mas é bem importante ser por cada mito, assim, porque aí quando a pessoa já uma fake news da vida indicando, a ela mesmo vai conseguir olhar e julgar assim: ‘Não, isso aqui tá errado, isso aqui não não faz sentido’. Então é meio que você vacina a população contra a desinformação”.
A vacina contra HPV é oferecida gratuitamente pelo SUS e pode ser encontrada em qualquer Unidades Básicas de Saúde. Entre os grupos que devem receber a vacina estão: meninas e meninos de 9 a 14 anos; mulheres e homens que vivem com HIV; transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos; e vítimas de abuso sexual. De acordo com novas diretrizes, também devem tomar a vacina adolescentes de 15 a 19 anos.