Temperatura passou de 800°C dentro de apartamento em que mulher se pendurou em suporte de ar-condicionado para salvar a família de incêndio em Cascavel

Juliane Vieira ficou pendurada para resgatar a mãe e o primo. Ela teve 70% do corpo queimado e está na UTI.
(Foto: Reprodução)

A temperatura durante o incêndio que atingiu um apartamento em Cascavel, no oeste do Paraná, ultrapassou os 800°C dentro do imóvel, segundo o Corpo de Bombeiros.

As chamas destruíram parte dos cômodos e deixaram cinco pessoas feridas, entre elas a advogada Juliane Vieira, de 28 anos, que se pendurou em um suporte de ar-condicionado, no 13º andar, para salvar a mãe, de 51 anos, e o primo, de 4. O caso aconteceu na quarta-feira (15).

Juliane teve queimaduras em 70% do corpo e está internada em estado grave em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Dois bombeiros também ficaram feridos.

A mãe de Juliane teve queimaduras no rosto, braços, pernas e vias aéreas. A criança teve queimaduras na pelve, pernas e mãos. Os dois estão entubados na UTI em estado grave.

Os bombeiros relataram que o calor dentro do apartamento era cerca de três vezes maior do que a temperatura máxima de um forno elétrico doméstico. Mesmo com os equipamentos de proteção, o calor extremo fez com que as roupas especiais usadas pela equipe pegassem fogo.

Segundo a corporação, os uniformes são feitos de meta-aramida, uma fibra sintética de alta resistência ao calor, chamas e produtos químicos, e suportam até 700 °C. Ainda assim, dois bombeiros ficaram feridos, com queimaduras nos braços, mãos e em parte das costas. Um deles recebeu alta. O outro continua internado, mas sem gravidade. As causas do incêndio estão sendo investigadas.

O apartamento teve a sala e a cozinha tomadas pelas chamas. Os móveis ficaram destruídos e os revestimentos do teto e paredes derreteram. Nos quartos e banheiros, a destruição foi menor, mas a fumaça preta também atingiu os cômodos, deixando manchas em paredes, móveis e itens pessoais.

O incêndio
Conforme apurado pela RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, o fogo foi visto por trabalhadores de uma obra ao lado do prédio. Eles foram até a portaria do condomínio e avisaram o porteiro, que informou os moradores, desligou o gás e a energia e disparou o alarme de incêndio.

No apartamento, estavam Juliane, a mãe dela e um menino de quatro anos, filho da prima dela. Todos estavam dormindo quando o fogo começou. A prima também vive no imóvel e não estava no local no momento do incêndio, segundo apurou a RPC.

Vizinhos ajudaram Juliane a realizar o resgate da mãe e do filho da prima dela pelo apartamento de baixo. Patrick de Andrade foi um deles e contou que o único medo era de que a mulher acabasse caindo.

“Ela estava pendurada e escorada na caixa de ar-condicionado. Ela estava cansada, mas conseguia se manter, então foi mais o trabalho de ir tranquilizando ela, pois nosso medo era ela tentar descer, a gente não conseguir pegar e ela cair”, contou o vizinho.
Os outros moradores do prédio foram retirados do local em segurança.

As chamas foram controladas e o apartamento isolado para inspeção técnica, segundo os bombeiros. As causas do incêndio estão sendo investigadas.

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