Santa Catarina registrou, na primeira quinzena de outubro, mais do que o dobro da chuva esperada para todo o mês em algumas cidades, segundo dados da Epagri/Ciram, órgão que monitora as condições meteorológicas no estado. Mirim Doce e Taió, no Vale do Itajaí, foram os municípios com os maiores acumulados nesse período.
Desde 3 de outubro, o estado enfrenta estragos por causa das fortes chuvas. Seis pessoas morreram e um bebê ficou ferido. Dos 295 municípios catarinenses, 145 tiveram danos. Destes, 125 decretaram situação de emergência, e Rio do Sul, no Vale do Itajaí, calamidade pública, de acordo com o governo do estado.
Em Mirim Doce e Taió, a média histórica indica que chove até 170 milímetros durante todo os mês de outubros nesses lugares normalmente, conforme a Epagri. Porém, nesta primeira quinzena, o acumulado foi de 461,8 milímetros no primeiro município e de 456,2 no segundo.
A chuva mais intensa da primeira quinzena ocorreu em três ocasiões: entre os dias 3 e 4, entre 6 e 8 e entre 11 e 12, relembrou a Epagri/Ciram.
Estragos
Taió foi uma das cidades mais prejudicas pela enchente. Segundo a prefeitura, 34% das edificações foram atingidas pela enchente. Essa porcentagem equivale a 2.556 imóveis, sendo 1.377 residências. Setenta por cento da região central ficou mais de uma semana debaixo da água.
No total, 3.612 pessoas foram atingidas. A população do município é de 18.318 habitantes, conforme o Censo 2022. A estrada que liga Taió a Mirim Doce chegou a ficar interditada após uma queda de barreira.
A segunda foi de limpeza em Taió, com os moradores tirando a lama dos imóveis.
Salete foi outra cidade com muitos estragos por causa da chuva. Houve queda de barreiras e alagamentos. As aulas chegaram a ser suspensas e foi preciso levar pacientes de helicóptero ao hospital de Rio do Sul, na mesma região, já que o acesso pelas ruas era impossível.
Papanduva teve alagamentos.
Previsão do tempo
Santa Catarina segue em alerta por causa das condições meteorológicas para temporais e chuva intensa. Segundo a Defesa Civil, essa situação deve permanecer até o final da noite de terça (17).
O risco de estragos como destelhamentos, quedas de árvores, danos à rede elétrica, alagamentos, enxurradas, inundações e alagamentos é alto na maior parte do estado. Há menos chance de danos no litoral.
São esperados volumes de chuva entre 90 e 140 milímetros entre o Oeste e a Serra e de 70 a 110 milímetros entre o Norte, Vale do Itajaí e Sul. No restante do estado, os acumulados previstos ficam entre 40 e 70 mm. No Oeste, há possibilidade de ocorrência de tempo severo.
A média histórica de volume de chuva para todo o mês de outubro no Oeste é de até 250 milímetros, conforme a Epagri/Ciram, órgão que monitora as condições meteorológicas no estado.
Para quarta (18), a instabilidade deve perder força, mas ainda pode haver chuva fraca, especialmente nas áreas próximas ao Paraná. O tempo deve ficar nublado. O risco para inundações e deslizamentos deve permanecer por causa do acumulado do volume de chuva dos dias anteriores.
Na quinta (19) e sexta (20), há previsão de temporais para o Oeste. Nas demais regiões, pode haver pancadas de chuva, mas com volume menor do que o registrado nos último dias.
Com informações do G1
