Abipesca participa de audiência internacional em defesa das exportações de tilápia nos EUA

A entidade foi liderada por meio do diretor executivo Jairo Gund, natural de Nova Santa Rosa (PR), e contou com a presença do gerente comercial da C.Vale de Palotina, Fernando Aguiar.

A diretoria da Associação Brasileira da Indústria de Pescados (Abipesca) participou nos Estados Unidos da audiência pública da Seção 301, realizada pela Comissão de Comércio Internacional dos EUA, em defesa do setor de pescados brasileiro frente à possibilidade de imposição de tarifas adicionais. A entidade foi liderada por meio do diretor executivo Jairo Gund, natural de Nova Santa Rosa (PR), e contou com a presença do gerente comercial da C.Vale de Palotina, Fernando Aguiar, que é uma das cooperativas associadas da Abipesca.

Durante a audiência, a Abipesca — que responde por cerca de 70% do mercado formal de frutos do mar no Brasil e por 90% das exportações do setor — destacou que a investigação norte-americana não envolve os pescados brasileiros. Por isso, defendeu que a isenção tarifária já aplicada a outros produtos também seja estendida aos frutos do mar do Brasil.

Os dados reforçam a importância do país como parceiro estratégico. Somente em 2024, o Brasil exportou mais de 30 mil toneladas de pescados, crescimento anual superior a 30%. A tilápia foi responsável por mais de 40% desse avanço, consolidando o Brasil como o segundo maior fornecedor de filés frescos de tilápia para os EUA.

Além da qualidade e regularidade no fornecimento, a Abipesca destacou os benefícios diretos para o mercado americano: geração de empregos, preços mais competitivos para o consumidor, maior segurança alimentar e confiabilidade na cadeia de suprimentos.

O Brasil também reiterou seu compromisso com a sustentabilidade, lembrando que possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo, com cotas de captura, áreas de exclusão e monitoramento contra a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada (INN).

A entidade alertou ainda que a imposição de tarifas sobre pescados brasileiros traria prejuízos ao comércio bilateral e penalizaria diretamente o consumidor norte-americano.

Para fortalecer sua atuação internacional, a Abipesca firmou um acordo de representação com a National Fisheries Institute (NFI), entidade coirmã nos Estados Unidos, estabelecendo um escritório em território americano. A medida amplia a capacidade de diálogo direto com autoridades e parceiros locais, reforçando a defesa da competitividade do pescado brasileiro no mercado internacional.

Atualmente, os Estados Unidos importam cerca de 85% do pescado que consomem, e o Brasil desponta como parceiro estratégico para garantir preços acessíveis e segurança alimentar ao mercado americano.

 

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