Abipesca pede crédito emergencial para reduzir impacto do tarifaço

Estados Unidos são destino de 70% do pescado exportado pelo Brasil.
(Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

A Associação Brasileira das Indústrias de Pescado (Abipesca) protocolou na segunda-feira (21) um pedido formal ao governo federal para a criação de uma linha emergencial de crédito voltada às indústrias exportadoras do setor. O objetivo é reduzir os impactos imediatos da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros.

De acordo com a associação, o mercado norte-americano é o destino de cerca de 70% do pescado exportado pelo Brasil. Com a nova taxação, o setor estima que cerca de R$ 300 milhões em produtos estejam parados entre pátios portuários, embarcações e unidades industriais.

O pedido foi protocolado no Palácio do Planalto e se dirige ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A proposta da Abipesca prevê crédito emergencial de R$ 900 milhões, com seis meses de carência e prazo de 24 meses para pagamento.

De acordo com a Abipesca, a taxação levou o setor a enfrentar uma “grave crise de capital de giro”, uma vez que não há como redirecionar essa produção ao mercado interno “que já se encontra abastecido e não absorve os cortes específicos voltados à exportação”.

“Caso não haja uma resposta rápida, 35 indústrias e aproximadamente 20 mil trabalhadores, incluindo pescadores artesanais, podem ser impactados com cortes e paralisações”, afirmou a associação.

No documento protocolado, a associação também solicita que o governo brasileiro intensifique as negociações para reabertura do mercado europeu, fechado às exportações brasileiras de pescado desde 2017.

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