Na manhã desta terça-feira (19/12) foi deflagrada, pela Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai e pela Polícia Federal do Brasil, a Operação Ignis, que prendeu um dos líderes de uma violenta organização criminosa que exercia domínio na região de fronteira por meio do tráfico de drogas e de armas, além de praticar diversas ações violentas inspiradas nos principais cartéis mexicanos.
O indivíduo preso é tido como um dos grandes fornecedores de armas e drogas para criminosos que atuam no Rio de Janeiro, e seu grupo operava grandes esquemas de tráfico internacional que tinham como destino o Brasil. Pelo modal aéreo, recebiam cocaína da Bolívia. Posteriormente remetiam ao Brasil. Pela via terrestre, dedicavam-se ao envio de armas e maconha.
A organização criminosa desarticulada também se caracterizava por ações de extrema violência contra facções rivais e contra policiais e militares das Forças Armadas, tanto brasileiras quanto paraguaias.
Um dos líderes do grupo investigado, um homem paraguaio, é considerado foragido da Justiça Federal pelo envolvimento no homicídio de um militar do exército brasileiro em 2020, ao resistir a uma abordagem realizada por militares brasileiros a uma das embarcações do grupo, que navegava no Rio Paraná carregada com mais de meia tonelada de maconha. Por esse motivo, seu nome está na Difusão Vermelha da Interpol.
No Paraguai, ele ainda é acusado pelo assassinato de um policial e por promover diversos ataques a tiros a delegacias, além de operações de resgate de presos.
Chama a atenção o arsenal bélico apreendido com o grupo, em uma área rural na zona de Salto del Guairá, no Paraguai, próximo à fronteira brasileira. Fuzis, grande quantidade de munição e uma metralhadora antiaérea foram apreendidos na ação, que segue sendo realizada na região de fronteira, com a destruição de pistas clandestinas de pouso utilizadas para envio de cocaína e armas ao Brasil.
A ação, considerada sensível e de grande importância estratégica para a região, em razão do forte poder bélico do cartel desarticulado e da logística empregada para o tráfico internacional de drogas e armas, é realizada por meio da cooperação policial entre a SENAD, no Paraguai, e a Polícia Federal do Brasil, e conta com a participação da Adidância da Policia Federal no Paraguai, da Delegacia de Polícia Federal em Guaíra/PR e do GISE/SENAD. Até o momento foram realizadas nove prisões, e diligências seguem em curso com atualizações oportunas.
Com informações da PF