Às vésperas do julgamento que pode decidir o destino de Jair Bolsonaro (PL) na esfera criminal, o entorno do ex-presidente começa a traçar uma estratégia para convencê-lo sobre seu futuro nas eleições de 2026.
Embora o grupo mais próximo de Bolsonaro ainda defenda, publicamente, a tese de que o ex-mandatário pode reverter a inelegibilidade, nos bastidores, bolsonaristas admitem que há um esforço silencioso em curso para convencer a liderança de direita a admitir o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como candidato ao Palácio do Planalto, no pleito do próximo ano.
O jogo de convencimento passa por um esforço coletivo de advogados e políticos aliados de Bolsonaro, no Supremo Tribunal Federal (STF), para evitar a prisão do ex-presidente.
Até mesmo o ministro André Mendonça, indicado à Corte pelo ex-presidente, tem sido citado como ponte para dar um “choque de realidade” em Bolsonaro sobre sua situação no Supremo.
Segundo aliados, como pouca gente se sente à vontade para discutir a realidade do cenário eleitoral de 2026 com Bolsonaro, um grupo restrito de políticos, amigos e familiares devem ser escalados para convencê-lo.
Apenas quatro nomes são citados como capazes de convencer o ex-presidente a mudar a dinâmica de 2026: o pastor Silas Malafaia; a ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro; o senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ); e o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), com quem o ex-presidente mantém uma boa relação desde que deixou o comando do país.
No PL, partido de Bolsonaro, foi colocado um prazo limite para convencer Bolsonaro a lançar Tarcísio como candidato até novembro deste ano. A avaliação é de que o julgamento sobre a trama golpista acabará neste período.