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Brasil deve exportar menos soja, apesar de ampla oferta global

Retração da safra nacional de soja deve fazer país embarcar milhões de toneladas a menos. Acompanhe os fatos importantes da semana.
Foto: Cláudio Neves/APPA

O Brasil deverá exportar menos soja em 2024, reflexo da queda na safra 2023/24, em decorrência do clima desfavorável, principalmente em Mato Grosso.

Ainda assim, os sinais são de ampla oferta global da oleaginosa, que, combinados com indicativos de fraca demanda nos Estados Unidos, mantiveram os preços internacionais da soja sob pressão.

As exportações de soja do Brasil deverão totalizar 94 milhões de toneladas em 2024, contra 101,86 milhões em 2023. A previsão faz parte do quadro de oferta e demanda brasileiro, divulgado por Safras & Mercado. No relatório anterior, divulgado em janeiro, as projeções eram de 95 milhões de toneladas para cada uma das temporadas.

Esmagamento de soja
Safras indica esmagamento de 54,3 milhões de toneladas em 2024 e de 53,5 milhões de toneladas em 2023, com uma elevação de 1% entre uma temporada e outra.

Não houve alteração na previsão na comparação com janeiro. Safras indica importação de 110 mil toneladas em 2024, contra 181 mil toneladas em 2023.

Em relação à temporada 2024, a oferta total de soja deverá recuar 6%, passando para 154,492 milhões de toneladas. A demanda total está projetada por Safras em 151,3 milhões de toneladas, recuando 5% sobre o ano anterior.

Desta forma, os estoques finais deverão cair 40%, passando de 5,306 milhões para 3,192 milhões de toneladas.

Retração das cotações
A ampla oferta mundial da oleaginosa e sinais de fraca demanda nos Estados determinaram a retração das cotações, que seguiram perto dos menores níveis desde dezembro de 2020 em Chicago.

Do lado da oferta, as chuvas melhoraram as condições das lavouras no Brasil e na Argentina. Além disso, os primeiros números do USDA para a próxima temporada nos Estados Unidos ficaram acima do esperado.

Já na demanda, exportações e esmagamento abaixo do esperado nos Estados Unidos adicionaram pressão sobre as cotações.

Soja argentina e norte-americana
As chuvas ocorridas sobre boa parte das lavouras de soja da Argentina na última semana melhoraram as condições hídricas e de cultivo.

Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a cultura está em período de definição de rendimentos, com algumas já tendo sofrido perdas no estande de planta, enquanto outras demonstrando melhora no desenvolvimento.

A área a ser plantada com soja nos Estados Unidos em 2024 deverá ocupar 87,5 milhões de acres. A previsão foi feita durante a abertura do Fórum Anual do Departamento Agricultura dos
Estados Unidos (USDA).

No ano passado, a área totalizou 83,6 milhões de acres. Para a produção, o mercado projeta safra passando de 4,165 bilhões de bushels para 4,505 bilhões.

Os estoques de passagem deverão subir de 315 milhões para 435 milhões de bushels. Os números ficaram acima do esperado pelo mercado.

A Associação Norte-Americana dos Processadores de Óleos Vegetais (Nopa) informou que o esmagamento de soja atingiu 185,780 milhões de bushels em janeiro, ante 195,328 milhões no mês anterior. A expectativa do mercado era de 189,928 milhões. Em janeiro de 2023, foram 179 milhões de bushels.

As exportações líquidas norte-americanas de soja, referentes à temporada 2023/24, com início em 1º de setembro, ficaram em 353.800 toneladas na semana encerrada em 8 de fevereiro.

Para a temporada 2024/25, foram mais 24 mil toneladas. Analistas esperavam exportações entre 250 mil e 825 mil toneladas, somando-se as duas temporadas.

Com informações da Agência Safras

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