O Brasil se tornará o maior produtor de carne bovina do mundo em 2025, superando os Estados Unidos, apontou o Departamento de Agricultura norte-americano (USDA).
Conforme relatório divulgado na última terça-feira (9), o Brasil deverá produzir 12,35 milhões de toneladas neste ano e os EUA, 11,81 milhões de toneladas, considerando o peso do animal morto.
É a primeira vez que o Brasil ocupa esse posto nas estatísticas do USDA, que começaram na década de 1960 e sempre tiveram os EUA na liderança.
O número divulgado pelo departamento supera a projeção mais recente para 2025 feita pelo governo brasileiro, que já apontava alta em relação ao ano anterior.
Em novembro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou que o Brasil produzirá 11,38 milhões de toneladas de carne bovina neste ano.
O USDA também compartilhou as projeções para 2026, e apontou que o volume de carne bovina o Brasil deverá diminuir em relação a 2025, equalizando a produção do país com a dos EUA.
Pelo departamento, o Brasil deverá fornecer 11,7 milhões de toneladas e os EUA, 11,71 milhões de toneladas em 2026.
Tarifaço e inflação
O ano foi marcado pelo tarifaço imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para a importação de diversos produtos, entre eles, a carne bovina.
No entanto, os EUA enfrentam uma baixa histórica no rebanho (saiba mais abaixo), que resultou em inflação para a carne, agravada pelo tarifaço.
Pressionado, Trump chegou a falar em permitir a entrada de uma quantidade maior de carne bovina argentina para reduzir os preços do produto nos EUA, despertando a fúria de pecuaristas locais.
Maior fornecedor do alimento para a indústria americana, o Brasil chegou a ter uma sobretaxa de 50% para as vendas nos EUA e viu esses números caírem, depois de uma disparada no começo do ano.
Mesmo assim, em setembro, o Brasil bateu recorde nas vendas internacionais de carne bovina para um único mês, superando a marca de julho deste ano, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), o aumento foi possível porque os embarques se diversificaram, incluindo destinos como o México. As vendas de carne para a Argentina também subiram.
O tarifaço foi suspenso para carne, entre outros alimentos do Brasil, em novembro.
EUA com menos gado no pasto
Os estoques de gado dos EUA em janeiro caíram para o nível mais baixo em quase 75 anos, após os fazendeiros reduzirem seus rebanhos devido a uma seca de anos que queimou as terras de pastagem e aumentou os custos de alimentação.
O fornecimento ficou ainda mais restrito porque os EUA suspenderam, desde maio, a maioria das importações de gado mexicano em meio a preocupações com a disseminação para o norte da bicheira-do-Novo-Mundo, uma praga carnívora que infesta o gado.
A baixa oferta obrigou os frigoríficos a pagar mais pelo gado destinado à produção de hambúrgueres e bifes.
Na última sexta-feira (12), a JBS informou que vai fechar de forma permanente uma fábrica nos arredores de Los Angeles, responsável por preparar carne bovina para venda em supermercados dos EUA.
O frigorífico rival Tyson Foods também anunciou o fechamento, em janeiro, de uma importante fábrica de abate de gado em Nebraska, que emprega cerca de 3.200 pessoas.









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