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Caso Daniel: Edison Brittes conta em depoimento como castrou e matou o jogador

Os réus apresentaram detalhes da manhã do dia 27 de outubro de 2018, que terminou com a morte do jogador Daniel Corrêa Freitas.
(Foto: RICtv)

O primeiro dia de júri popular do Caso Daniel realizado nesta segunda-feira (18), em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, foi marcado pela oitiva de testemunhas e pelos depoimentos de Edison e Cristiana Brittes. Os réus apresentaram detalhes da manhã do dia 27 de outubro de 2018, que terminou com a morte do jogador Daniel Corrêa Freitas.

Ao todo foram ouvidas 13 testemunhas, sendo duas sigilosas por parte da acusação. Os outros 11 participantes do julgamento foram convocados pelas equipes de defesa e a maioria tinha relação ou parentesco com a família Brittes. Também prestaram depoimentos familiares de outros réus, como a mãe de Evellyn Perusso, o pai de Igor King, e um segurança da casa noturna onde foi realizada a festa de Allana Brittes.

Logo após a finalização das testemunhas, o juiz Thiago Flores deu sequência ao julgamento, retirou os sete réus do tribunal e iniciou os depoimentos individuais dos acusados.

Neste primeiro dia foram realizados os depoimentos de Cristiana Brittes e Edison Brittes, respectivamente. Cristiana falou ao tribunal por aproximadamente uma hora, enquanto que Edison ficou uma hora e 15 minutos prestando depoimento.

Júri composto por 4 mulheres e 3 homens
Logo no início da sessão, equipes de advogados da defesa dos réus e também da acusação fizeram alguns pedidos à promotoria. Na sequência, por volta das 10h21, foi realizado o sorteio dos jurados.

Foram selecionadas 160 pessoas, sendo que sete foram convocadas pelo Conselho de Sentença. Os responsáveis por definir pela condenação ou absolvição dos sete réu são quatro mulheres e três homens.

Testemunhas revelam perfis dos réus
As primeiras testemunhas a serem ouvidas no julgamento do Caso Daniel foram da acusação. Duas pessoas, que não tiveram a identidade revelada, participaram da sessão e falaram com os jurados por quase duas horas. Neste momento, profissionais da imprensa e o público foram retirados do tribunal.

Na sequência foram ouvidas 11 testemunhas indicadas pela equipe de defesa dos sete réus. Entre os ouvidos estão familiares da família Brittes, de Evellyn Perusso, de Igor King, amigos de infância de Allana e um segurança da casa noturna onde foi realizada a festa antes do after na casa dos Brittes.

A maioria das testemunhas destacou o perfil dos réus. Em um dos depoimentos, a ré Evellyn Perusso precisou ser retirada do tribunal, pois estava bastante emocionada. Rosangela Brisola Machado Machado Perusso, mãe da ré, disse durante o depoimento que a família foi perseguida durante o andamento do processo e que a filha era ofendida das redes sociais. Além disso, Rosângela contou que Evellyn teve dificuldades para conseguir emprego.

O assistente de acusação, Nilson Ribeiro, também comentou que uma das testemunhas confirmou a participação moral de Cristiana Brittes no crime. “As testemunhas confirmaram o que foi dito durante as audiências de instrução. Ou seja, uma delas disse que escutou Cristiana dizendo: ‘Se for matar, não mate aqui’. As testemunhas confirmaram a participação moral dela, que estaria dando uma ordem para Edison”, disse o assistente de acusação.

Casal Brittes presta depoimento e revela detalhes do dia do crime
Cristiana Brittes foi a primeira, dos sete réus do caso do jogador Daniel Corrêa, a ser ouvida no Tribunal do Júri. Durante o depoimento, a esposa de Edison Brittes contou detalhes do momento em que encontrou Daniel em sua cama.

Quando a advogada perguntou do que ela lembra quando acordou, disse que o Daniel estava em cima dela com o pênis para fora da cueca, pegando nos seios dela. Então ela começou a gritar. O Edison abriu a janela, porque a porta estava trancada. A janela, disse ela, é baixa. Abre inteira e é fácil pular.

“Foi o pior dia da minha vida. Fui dormir e acordei tendo um pesadelo. O Daniel acabou a minha vida. O Edison entrou pela janela e eu sai pela mesma janela pra pedir ajuda”, contou a ré, ja chorando.

Após o depoimento de Cristiana, que durou aproximadamente uma hora, Edison Brittes sentou de frente para o juiz e falou por cerca de uma hora e 15 minutos. O réu tratou o jogador Daniel como abusador e revelou detalhes do momento em que tirou a vida do atleta.

“Entrei dentro de casa. Um dos irmãos ouviu e entrou comigo. Cheguei na porta do quarto e vi que estava fechada. Mas a Cris não fecha a porta pra dormir, eu deixei ela aqui dormindo e a porta não tava fechada. Dei a volta e fui na janela do quarto. Eu abri a janela. O (Eduardo) Purkote tava atrás de mim. Quando eu puxei o blackout, eu vi ele em cima dela. Passei a perna e já fui em cima dele pra tirar ele de cima dela. Ele tava de cueca, de camiseta, com o penis pra fora. Eu só queria ajudar ela. Tirar esse abusador de cima dela. Só queria proteger ela. Era cessar aquilo ali. Era só o que eu conseguia pensar. Quando eu vi o penis dele pra fora eu fiquei louco, fiquei possesso, fiquei cego”, relatou o chefe da família Brittes.

Edison revelou, pela primeira vez, que Cristiana tentou agredir Daniel. “Eu me lembro perfeitamente. Joguei ele pro lado e já comecei a bater. Nisso a Cris foi tentar chutar ele e caiu da cama”, relembra, indo na contramão do que disse sua esposa, que nem encostou em Daniel.

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