Ciro Nogueira diz que ações de Eduardo Bolsonaro nos EUA geraram “estragos” e fortaleceram Lula

Apesar da força do atual governo, o senador acredita em uma suposta vitória da direita nas Eleições de 2026.
(Foto: Pedro França/Agência Senado)

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) avaliou que a recente articulação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos e a subsequente declaração de Donald Trump sobre tarifas criaram um “estrago” no campo da direita, gerando uma “narrativa falsa” que beneficiou politicamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Nogueira, a situação, que foi “mal colocada”, permitiu que Lula se posicionasse como um defensor da soberania nacional, prejudicando a oposição.

A análise foi feita durante o programa Canal Livre, em resposta a uma pergunta do cientista político Fernando Schuler, que questionou o impacto da movimentação internacional da família Bolsonaro. Schuler sugeriu que o episódio foi um dos motivos para o “recuo” do governador Tarcísio de Freitas em suas posições, por ter dividido a direita em um tema sem apelo popular.

Ciro Nogueira concordou com a avaliação do prejuízo, afirmando que a crise deu fôlego a Lula, que, segundo ele, “há três, quatro meses não ia ter condição nem de disputar a reeleição”. O senador classificou como um “erro grave” a declaração inicial de Trump, que associou a pressão por tarifas a um gesto para ajudar o ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Aquilo não foi por conta do Bolsonaro”, declarou Nogueira, argumentando que Trump deveria ter culpado o presidente Lula e sua política externa, citando os “ataques ao dólar”, a questão do BRICS e a influência de “figuras das cavernas como o [Celso] Amorim”. Para o senador, a atitude de Trump e a articulação de Eduardo Bolsonaro deram a Lula a chance de se apropriar de um discurso nacionalista. “Isso nos prejudicou eleitoralmente”, admitiu.

Apesar da crítica, Nogueira fez uma ressalva ao filho do ex-presidente: “Eu não sei o que eu faria também se meu pai estivesse sendo injustiçado dessa forma”.

Por fim, Ciro se manteve otimista e comparou o cenário atual a uma partida de futebol. “O Lula hoje está muito como favorito, mas é porque só tem um time em campo”, metaforizou. Ele acredita que, com a distância para as próximas eleições, a oposição terá tempo de se reorganizar. “Quando o outro time entrar, com jogadores bem melhores, eu não tenho dúvida que a gente vira esse jogo e vamos ganhar essa eleição no próximo ano”, concluiu.

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