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Com dividendos podendo render R$ 13 bilhões ao governo, Lula decide manter Prates na Petrobras

Presidente afastou mudanças na estatal em prol de relacionamento com mercado; Haddad defendeu revisão de decisão sobre dividendos.
(Foto: Ricardo Stuckert)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu manter, por enquanto, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, no comando da estatal. Segundo fontes ouvidas pelo R7 e pela RECORD, a recente crise enfrentada pela empresa não terá como resultado a demissão do dirigente. O R7 apurou que a decisão de Lula visa a conter os ânimos do mercado e diminuir os ruídos entre investidores. Desde que o Conselho de Administração da Petrobras decidiu reter os dividendos extraordinários da empresa, em março, a presidência da estatal passa por um cabo de guerra entre integrantes do governo, inclusive com troca de farpas entre Prates e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Por ora, a situação na empresa está pacificada.

No início desta semana, Lula se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao menos duas vezes para tratar do tema. Nos encontros, o ministro apresentou ao presidente informações sobre o caixa da Petrobras. Um dos dados argumentados foi de que eventual liberação dos R$ 43,9 bilhões bloqueados em dividendos extraordinários, tema-chave na crise aberta, renderia à União R$ 13 bilhões — equivalentes aos ganhos de 30% do governo, como acionista majoritário da empresa. Na semana passada, Haddad, Silveira e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, acertaram o pagamento dos dividendos extraordinários.

Caso seja confirmada a liberação, esse recurso daria folga para o governo na tentativa de reduzir o déficit das contas públicas. À época da reunião do Conselho de Administração da Petrobras, a gestão Lula tinha construído acordo para que o grupo votasse a favor de não distribuir os lucros. Prates se absteve da votação, numa demonstração de alinhamento aos acionistas minoritários. Desde então, a crise na estatal tem escalado.

O episódio da crise dos dividendos deixou Lula insatisfeito. Nos dias seguintes, o presidente refletiu sobre a atuação de Prates na chefia da Petrobras. De acordo com integrantes do governo, foram dois dias de negociação intensa em relação à posição do Conselho de Administração sobre distribuir ou não os lucros da companhia. “Prates traiu Lula”, afirmou um auxiliar do petista.

A medida causou distanciamento entre Lula e Prates, e o presidente da República chegou a avaliar nos bastidores outros nomes para o comando da companhia. Um deles foi o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. “O ideal seria uma pessoa dedicada à gestão, aos resultados da empresa, que falasse pouco para fora. Um perfil que se equilibre entre os interesses do Brasil, do governo Lula e da empresa”, destacou um integrante do governo.

Como mostrou o R7, Lula se reuniu com Mercadante e deixou o diretor do banco de sobreaviso em relação ao comando da Petrobras – a ideia vem perdendo força. Outro motivo que pesa a favor de Prates é o olhar do mercado financeiro.

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