O confronto entre Irã e Israel chegou ao quinto dia e já começa a provocar impactos no cenário econômico global, e o Brasil não está imune a essas consequências. Entre os principais reflexos, está o aumento no preço dos combustíveis, que pode ser sentido pelos motoristas brasileiros nas próximas semanas.
Com o aumento das tensões no Oriente Médio, o preço do barril de petróleo subiu mais de 7% na última sexta-feira (13). O temor é que o agravamento do conflito leve a ataques a estruturas de produção de petróleo ou até mesmo ao bloqueio do Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de 30% do petróleo exportado no mundo. Caso isso ocorra, especialistas alertam que o preço do barril pode dobrar.
O Irã é responsável por cerca de 5% da produção global de petróleo. Um possível desabastecimento ou interrupção nas rotas pode gerar instabilidade nos mercados internacionais e impacto direto nas bombas de combustível no Brasil.
Além da gasolina, há preocupação com a exportação de produtos brasileiros. O Irã está entre os 20 maiores compradores de milho do Brasil, e os países do Oriente Médio receberam mais de 30% da carne de frango exportada pelo país no último ano. Um prolongamento do conflito pode reduzir a demanda, dificultar a logística e causar desequilíbrios comerciais.
Apesar da tensão crescente, analistas ponderam que a distância geográfica entre Irã e Israel, cerca de 2.100 km, pode limitar o avanço do conflito. Ainda assim, a situação é monitorada com cautela pelos setores econômicos e diplomáticos brasileiros.