A Câmara dos Deputados aprovou, na última quarta-feira
(5), o Projeto de Lei 4.357/2023, que proíbe a desapropriação de terras
produtivas para fins de reforma agrária. O texto recebeu 287 votos favoráveis e
113 contrários, e contou com o apoio do deputado Dilceu Sperafico (União
Progressista–PR).
O projeto foi relatado pelo também paranaense deputado Pedro Lupion, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
Garantia à produção e à segurança alimentar
De acordo com o deputado Dilceu Sperafico, a
proposta restringe a desapropriação apenas a imóveis improdutivos que não
cumprem sua função social, preservando as propriedades que produzem, geram
empregos e respeitam as legislações ambiental e trabalhista.
“Esse projeto é de grande importância porque
garante segurança jurídica e evita prejuízos à produção de alimentos. Não
podemos aceitar a desapropriação de propriedades produtivas e reduzir a oferta
de alimentos, o que poderia afetar diretamente a segurança alimentar da
população brasileira”, destacou o parlamentar.
Mudanças trazidas pelo projeto
Sperafico explicou que o texto aprovado define com
mais clareza os critérios de descumprimento da função social da propriedade,
que só será reconhecido quando todos os requisitos constitucionais forem
violados simultaneamente e após decisão judicial definitiva.
Os quatro requisitos para o cumprimento da função
social são:
·
Uso
racional e adequado da terra;
·
Preservação
ambiental;
·
Respeito
às relações de trabalho;
·
Promoção
do bem-estar de proprietários e trabalhadores
“No campo
ambiental, o projeto estabelece que a função social será considerada cumprida
se o proprietário respeitar o Código Florestal, mantendo as áreas de
preservação permanente e de reserva legal. Já nas relações de trabalho, o
descumprimento só será reconhecido quando houver condenação judicial transitada
em julgado por crime contra as relações trabalhistas”, explicou Sperafico.
Direito de propriedade e segurança jurídica
O deputado ressaltou ainda que o direito de
propriedade é garantido pela Constituição Federal, e que desapropriar uma área
que cumpre sua função seria “jogar fora esse direito”.
“Essa proposta traz clareza sobre o conceito de
propriedade que realmente produz e evita interpretações que poderiam deixar o
produtor rural inseguro”, afirmou.
Avanço para o setor produtivo
Para Sperafico, a aprovação do projeto representa
um avanço importante para o setor agropecuário, trazendo mais estabilidade
jurídica e previsibilidade ao campo.
“O produtor rural precisa ter confiança para
investir, gerar empregos e continuar contribuindo com o desenvolvimento do
país. Esse projeto reforça esse compromisso”, concluiu o deputado.


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