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Exame que vai apontar causa da morte de bebê retirada do próprio velório em SC ficará pronto em 30 dias, diz MP

Criança foi levada de volta ao hospital depois que bombeiros constataram batimentos cardíacos fracos e pernas sem rigidez ao serem acionados por familiares que relataram tê-la visto mexer a mão.
(Foto: Reprodução/Redes sociais)

O laudo que vai apontar a causa da morte da bebê de 8 meses retirada do próprio velório, em Santa Catarina, depois que familiares afirmaram tê-la visto mexer a mão vai ficar pronto em 30 dias, informou o Ministério Público nesta sexta-feira (25). O órgão investiga se houve negligência no atendimento e o que causou o óbito. A bebê teve a morte atestada na madrugada de sábado (19).

No mesmo dia, a investigação foi aberta para apurar se a criança havia sido velada viva. Uma perícia de urgência, feita no domingo (20), descartou que ela tivesse sinais vitais reais durante a cerimônia de despedida, apesar de batimentos fracos e temperatura corporal normal constatadas pelos bombeiros.

Segundo o Ministério Público, após a conclusão do laudo sobre a causa da morte, o órgão vai avaliar quais medidas tomar em relação ao caso. Pediatra ouvido pelo g1 explicou que movimentos involuntários podem ocorrer após o óbito.

Investigação
O pai da bebê relatou ter levado a filha ao hospital na noite de quinta-feira (17), quando o médico a diagnosticou com uma virose, segundo o MP. Foi aplicado soro, e a paciente foi liberada com receita médica.

Dois dias depois, no entanto, a menina voltou a passar ma. Na madrugada de sábado ela foi levada de volta ao hospital, onde o mesmo médico constatou o óbito, por volta das 3h.

O profissional teria dito à família que a causa da morte foi asfixia por vômito. Porém, na declaração de óbito consta desidratação e infecção intestinal bacteriana, o que também deve ser esclarecido na apuração. A investigação está em sigilo, por se tratar de criança.

Polícia Científica descarta que bebê estava viva
A Polícia Cientifica descartou que a bebê estivesse viva durante a cerimônia. O laudo pericial, divulgado na segunda-feira (21), concluiu que o tempo de morte é compatível com o horário do óbito atestado no hospital.

A Polícia Civil, outro órgão ligado à Secretaria de Segurança de Santa Catarina, instaurou inquérito para apurar as causas e as possíveis responsabilidades sobre o fato. A corporação disse que ouvirá todos os envolvidos, mas não passá detalhes do caso.

O que bebê apresentou no velório
O Corpo de Bombeiros foi acionado na noite sábado e examinou a criança com um estetoscópio. Em relatório à imprensa, os socorristas informaram que a menina tinha batimentos fracos e, em seguida, fizeram um teste nas pernas da bebê, e elas não apresentavam rigidez.

No entanto, o bebê tinha pupilas contraídas e não reagentes – quando não respondem à luz e sugerem a morte da paciente – e edemas no pescoço (inchaços) e atrás das orelhas.

Movimentos involuntários
O pediatra João Guilherme Bezerra Alves explicou que parece possível que um bebê, ou qualquer pessoa, tenha movimentos involuntários após a morte.

“Esses movimentos podem ocorrer devido à atividade residual nos músculos, como espasmos, contrações musculares ou liberação de gases. No caso de bebês, cujos músculos e sistema nervoso ainda podem estar mais reativos, esses espasmos podem ser mais perceptíveis”.

Ele esclareceu: “Esses movimentos, chamados de rigor mortis ou espasmos cadavéricos, são causados por reações químicas nos músculos que ainda ocorrem por um curto período após a morte, antes que o corpo entre em um estado de rigidez”.

Ele destacou, contudo, que essas situações não querem necessariamente dizer que a pessoa não está morta.

“É importante notar que, embora possa parecer que o corpo esteja se movendo, esses movimentos são puramente reflexos involuntários e não indicam qualquer sinal de vida”.

O que diz a perícia
“O Laudo Pericial que detalhada todos os achados periciais, foi emitido ainda no domingo, 20/10, e conclui que as evidencias de tempo de morte são compatíveis com a hora inicial determinada da morte, no dia 19/10/2024, às 03:17h, atestadas em ambiente hospitalar por profissional médico, descartando a hipótese de que a criança estivesse viva poucas horas antes do acionamento da perícia”.

O que diz a prefeitura
A Prefeitura de Correia Pinto, por meio da Fundação Hospitalar Faustino Riscarolli, se solidariza com a família neste momento de dor e esclarece que a paciente deu entrada no hospital por volta das 3 horas do dia 19 de outubro de 2024. O atendimento foi realizado pela equipe plantonista, que constatou o óbito da criança.

Mais tarde no mesmo dia, por volta das 19 horas, a criança foi novamente trazida ao hospital pelo Corpo de Bombeiros Municipal, com relato de sinais de saturação. A equipe médica, mais uma vez atendeu a criança, e foi constatado o óbito.

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