A Justiça da Argentina autorizou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a visitar a ex-presidente Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar em Buenos Aires.
A visita acontecerá nesta quinta-feira (3), de acordo com a decisão do Tribunal Criminal Federal Nº 2 (TOF2) enviada à CNN pelo advogado de Kirchner, Carlos Beraldi, que protocolou o pedido.
“Em atendimento à petição, Cristina Fernández de Kirchner fica autorizada a receber a visita do Presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, no endereço onde cumpre prisão domiciliar, a ser realizada na próxima quinta-feira, dia 3 de julho”, escreve a autorização.
O documento assinado pelo juiz Jorge Gorini pontua que deverá ser cumprida a ordem de “abster-se de adotar comportamentos que possam perturbar a tranquilidade do bairro e/ou perturbar a convivência pacífica dos seus moradores”.
Lula embarca para a Argentina, nesta quarta-feira (2), para participar da Cúpula do Mercosul.
Kirchner começou a cumprir, em 17 de junho, a pena de seis anos de prisão e a proibição perpétua de ocupar cargos públicos por suposto envolvimento em um esquema de corrupção com obras públicas durante seus governos.
Em entrevista ao rapper Mano Brown no podcast “Mano a Mano”, Lula disse que ligou para Kirchner após a condenação.
“Eu liguei para ela para prestar minha solidariedade, ela até chorou. Eu falei, Cristina, eu estou te ligando porque eu quero que você saiba que a minha amizade com você não era porque você era presidente e eu era presidente. A minha amizade com você é porque eu sou gente e você é gente”, disse.
A Justiça determinou que as visitas a Kirchner fiquem restritas a uma lista previamente enviada ao tribunal da sua equipe de médicos, advogados e familiares do seu convívio.
Outras visitas precisam ser autorizadas pelo tribunal. A defesa de Kirchner reclamou da restrição e uma audiência judicial foi marcada somente para o dia 7 de julho, após a visita de Lula, para resolver se ela poderá receber qualquer visita sem autorização.
Ao menos 702 pedidos foram enviados ao TOF2 após um dos advogados de Kirchner, Gregorio Dalbón, publicar o endereço de e-mail do tribunal na rede social X, estimulando interessados em visitar a ex-presidente a fazer a solicitação.
