O senador Sergio Moro (União-PR) classificou como ‘lamentável e vergonhosa’ a mobilização do governo Lula para impedir a convocação do vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão de Lula. Com o voto dos governistas, a CPMI do INSS votou e rejeitou nesta quinta-feira o pedido de convocação.
“A base do governo Lula, especialmente o PT, está trabalhando para que as investigações não vão adiante. Agora barraram a convocação do irmão do presidente Lula, o Frei Chico, que é vice-presidente do Sindnapi, um dos principais sindicatos envolvidos nas fraudes contra aposentados e pensionistas. Gostaríamos de entender o papel do irmão do Lula nesse sindicato que a própria PF aponta como uma organização criminosa”, afirmou Moro.
A ação dos governistas vem justamente na semana em que o ministro André Mendonça, do STF, determinou o bloqueio de 390 milhões de reais do Sindnapi. Para Moro, a mobilização do governo foi vergonhosa.
“O governo está adotando uma posição lamentável e vergonhosa. Frei Chico é o vice-presidente de um dos principais sindicatos envolvidos na fraude, que recebeu 800 milhões de reais de descontos associativos. Boa parte desses descontos, segundo apuração da Controladoria-Geral da União e da Polícia Federal, sem que houvesse uma autorização real dos aposentados e pensionistas. Quando você está na CPMI, tem que investigar, não é adiantar juízo de culpa. Agora, o que não dá para tolerar é esse comportamento de simplesmente querer impedir qualquer e toda investigação”, ressaltou.
O senador paranaense também criticou a ação de governistas que foram contra a quebra de sigilo da publicitária Danielle Miranda Fonteles. A publicitária teria recebido transferência no valor de 5 milhões de reais de Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”. Antes, ela teria trabalhado em campanhas para candidatos do PT. “É lamentável a posição do governo Lula querendo barrar essas investigações. Uma atitude vergonhosa”, completou Moro.
