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O agronegócio e o crescimento do PIB brasileiro em 2023 – Dilceu Sperafico

O autor é deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado.
(Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

Para avaliar melhor a contribuição e importância do agronegócio para o desenvolvimento econômico e bem-estar social do País, basta recordar e analisar as comemorações do poder público do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. No ano passado, a soma das riquezas geradas no Brasil apresentou estabilidade no 4º trimestre e encerrou o período com crescimento de 2,9%, totalizando 10,9 trilhões de reais. A atividade agropecuária, para quem não sabe, ao contrário da atualidade, cresceu 15,1% de 2022 para 2023, influenciando significativamente o bom desempenho do PIB nacional.

No mesmo período também foi registrado crescimento na indústria, mas de apenas 1,6% e nos serviços de somente 2,4%. Já o PIB per capita ou por pessoa, alcançou 50.194 reais, com avanço efetivo de 2,2% em relação a 2022. Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A coordenadora do órgão, Rebeca Palis, explicou que o resultado recorde da agropecuária, superando a queda apresentada em 2022, teve influência do crescimento da produção e ganho de produtividade da agricultura.

“Esse comportamento foi puxado muito pelo crescimento da produção de soja e de milho, duas das mais importantes lavouras do Brasil, que tiveram safras recordes registradas pelo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA)”, explicou a dirigente do IBGE. Outra influência positiva no resultado do PIB de 2023 foi o desempenho das indústrias extrativas. A atividade teve elevação de 8,7%, graças ao aumento da extração de petróleo e gás natural e de minério de ferro, o que ressalta ainda mais a importância das commodities para a economia brasileira.

Outros setores que também apresentaram destaques positivos foram a geração de eletricidade, gás e água, além de sistemas de esgoto e de gestão de resíduos, com alta de 6,5%. “Houve condições hídricas favoráveis e a bandeira verde vigorou durante todo o ano de 2023. Além disso, o fenômeno climático ‘El Niño’ aumentou a temperatura média, impactando o consumo de água e energia”, justificou a pesquisadora Rebeca Palis. Enquanto isso, as indústrias de transformação recuaram 1,3% e a construção civil -0,5%, fechando o período com queda em seu desempenho.

Nos serviços, todos setores apresentaram crescimento, com destaque para atividades financeiras, de seguros e de ações relacionadas à intermediação, com expansão de 6,6%. “As empresas seguradoras tiveram ganho comparando prêmios recebidos em relação aos sinistros compensados”, acrescentou a dirigente do IBGE.

Já com relação às demandas de produtos e serviços do País, houve destaque para a despesa de consumo das famílias, com avanço de 3,1% em relação a 2022. O resultado teve influência da melhora de condições do mercado de trabalho, com aumento da ocupação e da massa salarial real, além da estagnação da inflação.

“Os programas de transferência de renda do governo colaboraram de maneira importante no crescimento do consumo das famílias, especialmente de alimentos gerados pela agropecuária e produtos essenciais não duráveis.”, acrescentou Rebeca Palis. O problema é que ainda na demanda, houve queda de 3,0% da formação bruta de capital fixo, com destaque para redução de vendas de máquinas e equipamentos, de 9,4% no período. Já as despesas de consumo do poder público apresentaram aumento de 1,7% no ano de 2023.

*O autor é deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado

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