A Polícia Civil de Cascavel atualizou o andamento do inquérito que apura acusações de abuso sexual envolvendo um padre e o falecido arcebispo Dom Mauro. O inquérito já ouviu 38 pessoas, resultando na identificação de nove vítimas relacionadas ao padre investigado e quatro vítimas ligadas ao ex-arcebispo.
De acordo com a delegada Thaís Zanatta, responsável pelo caso, as diligências continuam, e o interrogatório do padre ainda não tem data para acontecer. Ele permanece em prisão temporária.
Conforme nota da Polícia Civil, foi apurado que a Igreja Católica, por meio da Cúria de Cascavel, contratou um advogado para assistir padres ouvidos como testemunhas. Nos depoimentos, eles afirmaram que não foram os responsáveis pela contratação. A polícia avalia que tal conduta pode ter sido usada para obter informações sigilosas da investigação, que corre sob segredo de justiça, e para intimidar testemunhas com possível represália institucional. A Cúria não se manifestou.
O padre, que teve sua defesa assumida pelo advogado Algacir Júnior, alega cerceamento no caso. A defesa trabalha em contestações sobre suposta divulgação de informações confidenciais e também em relação aos depoimentos das vítimas.
Algacir Júnior afirmou que ainda estuda o processo e considera a situação complexa, destacando que qualquer juízo de valor no momento seria prematuro.