O exame psiquiátrico de Adélio Bispo de Oliveira, autor do atentado a faca contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deve ser concluído ainda neste mês de dezembro. O laudo é considerado fundamental para avaliar se ele apresenta condições de deixar o sistema prisional federal, onde está detido desde 2018. No entanto, qualquer decisão judicial sobre uma eventual saída só deve ocorrer em 2026.
Adélio passou pela avaliação psiquiátrica no início de novembro. Considerado inimputável por incapacidade mental, ele não responde a ação penal, mas cumpre medida de segurança em presídio federal. Os novos laudos estão sendo elaborados por peritos contratados pela Defensoria Pública da União (DPU).
De acordo com apuração, o documento deverá responder a três questões centrais para embasar a decisão do juiz responsável pelo caso: se Adélio ainda apresenta transtorno mental que justifique a manutenção da medida de segurança, se sua condição psíquica representa risco para si ou para terceiros e, caso a periculosidade persista, em quanto tempo ele deverá ser reavaliado.
Os peritos utilizaram laudos médicos descritos na sentença de 2019, já que documentos oficiais não foram digitalizados, medida adotada para evitar riscos de vazamento de informações sensíveis.
Apesar da expectativa em torno do laudo, a análise do caso deve ficar para o próximo ano. Isso porque os juízes das execuções penais estão em recesso desde o dia 20 de dezembro, e a situação de Adélio não é considerada urgente a ponto de ser apreciada durante o período.
Atualmente, Adélio Bispo está preso em um presídio federal de segurança máxima em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Ele ocupa uma cela de cerca de seis metros quadrados e, segundo informações, não mantém conversas com outros detentos nem tem hábito de leitura desde que ingressou no sistema penitenciário.
Há previsão judicial de que Adélio permaneça no sistema prisional até, pelo menos, 2038, quando completará 60 anos, idade em que poderia deixar a custódia. Apesar de ser considerado de alta periculosidade, não há expectativa de transferência para outra unidade. A penitenciária de Campo Grande é apontada como a mais estruturada do sistema federal para lidar com presos com transtornos mentais, embora não conte com instalações totalmente adequadas para esse tipo de tratamento.






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