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Piscicultores do Oeste do Paraná se mobilizam contra notícia de importação de tilápia do Vietnã

De acordo com o presidente da Comissão Técnica do Peixe da Faep, produtores investiram pesados em tecnologia para poder produzir e levar uma facada pelas costas do governo com a liberação da importação.
(Foto: Jaelson Lucas)

As entidades que representam os piscicultores têm questionado os Ministérios da Agricultura e Pecuária e da Pesca e Aquicultura sobre a importação de tilápia do Vietnã.

Dentre elas está a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), que tem como presidente da Comissão Técnica do Peixe o presidente do Sindicato Rural de Palotina, Edmilson Zabott; e como vice-presidente da comissão, o presidente do Sindicato de Marechal Cândido Rondon, Edio Chapla.

Segundo Edmilson, as manifestações iniciaram no final do ano passado, com a possiblidade de importação de tilápia do Vietnã.

Desde então, o governo federal se posicionou contrário a essa importação e assegurou tranquilidade aos piscicultores brasileiros.

O assunto voltou à tona e com força quando um lote de tilápia vietnamita chegou ao Brasil em dezembro de 2023, o que reacendeu as cobranças por parte da categoria.

“O Oeste do Paraná é referência para o Brasil e para o mundo na produção de tilápia, não só em quantidades, mas em qualidade. Uma grande preocupação que a gente já tinha em outubro do ano passado, quando surgiu a primeira notícia da possibilidade de empresas ou empresários do Brasil poder importar filé de tilápia do Vietnã, se intensificou. Buscamos informações e apoio junto ao Ministério da Pesca e Aquicultura. O ministro da Pesca e Aquicultura esteve em Palotina na C.Vale, na Copacol, esteve no IFC em Foz do Iguaçu e foi questionado. A fala foi que não haveria negociações e não existiria importação daquele país. O próprio ministro foi chamado no Senado para uma audiência pública e foi ouvido por parlamentares. Disse que não existia nada disso, pois afetaria os produtores e empresas indústrias do Brasil”, comenta o presidente da Comissão Técnica do Peixe da Faep, Edmilson Zabott. “Hoje somos obrigados a fazer muito para poder se manter na atividade e quem é que sabe os protocolos sanitários daquele país, como são produzidos aqueles peixes”, questiona.

Zabott enaltece que as indústrias brasileiras são extremamente organizadas e que os produtores seguem todos os protocolos ambientais e sanitários. “E aí vem a bomba, aparece o primeiro container de filé de tilápia do Vietnã, já estacionado no porto, para ser distribuído para o comércio, de uma forma covarde, sem que a gente soubesse que isso iria acontecer, porque palavras do ministro diziam que não era, que isso não iria acontecer. A produção de tilápia do Oeste do Paraná é a maior do Brasil. Nossa região é responsável por mais de 65% da produção do Paraná e mais de 38% da produção brasileira com pequenas e médias propriedades familiares. Estamos gerando oportunidade para as famílias permanecerem na propriedade e emprego, tanto no campo como na área urbana nas plantas frigoríficas, as maiores plantas frigoríficas do Brasil estão nessa região do Paraná”, enfatiza.

De acordo com o presidente da Comissão Técnica do Peixe da Faep, produtores investiram pesados em tecnologia para poder produzir e levar uma facada pelas costas do governo com a liberação da importação. “Nós, produtores, não tínhamos conhecimento. Ninguém discutiu nada com os produtores. (Essa importação) vai gerar desemprego no campo e nas indústrias. Esse produto que tá vindo de fora vai tomar o espaço do produto que é produzido aqui e vendido aqui. E pior, arrebentando com o preço, porque lá a mão de obra é muito mais barata que a nossa aqui no Brasil”. E tudo isso sem que a gente saiba os protocolos sanitários e ambientais”, ressalta.

Ele diz que a economia do Paraná, principalmente do Oeste, é baseada no agronegócio e que está na hora dos políticos se mexerem. “É o momento dos nossos deputados federais, estaduais, prefeitos e vereadores se mobilizarem para defender o agronegócio, que vem sendo atacado em todas as frentes”, lamenta Zabott.

Com informações da Rádio Difusora

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