A Festa Nacional do Porco Assado no Rolete de Toledo de 2025, realizada no dia 14 de setembro com 22 mil visitantes, não comemorou apenas a 52ª edição do mais conhecido evento gastronômico do País, pois festejou também o aumento do consumo de carne suína no Brasil, beneficiando a suinocultura, o comércio de alimentos e os consumidores. Toledo, como capital do agronegócio do Paraná e município com o maior Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBPA) do Estado e um dos principais do País, inclusive na criação e abate de suínos, vem contribuindo muito e há décadas para consolidação e aumento do consumo da carne suína. Para destacar a qualidade, sabor e benefícios da proteína também promove diversos eventos gastronômicos, além da Festa Nacional do Porco no Rolete, no Clube de Caça de Pesca.
São a Festa do Porco na Grella, no distrito de Vila Ipiranga; Festa do Leitão Assado na Estufa, no distrito de Vila Nova; Festa do Leitão a Sarandi, no distrito de Novo Sarandi; Festa do Leitão Desossado e Recheado, na comunidade de Xaxim; e Festa do Leitão Desossado e Grelhado, no distrito de Concórdia do Oeste. Algumas pessoas creditam o aumento da venda e consumo de carne suína no País à elevação acentuada dos preços da carne bovina, mas somente este fator não motivaria pessoas com renda elevada e exigentes na escolha dos alimentos que adquirem e consomem. Como foi o caso da implantação, consolidação e expansão de estabelecimentos especializados no comércio de cortes e pratos especiais de carne suína, como as Casas do Porco, em diversas capitais e grandes cidades brasileiras.
No País, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o consumo per capita de carne suína em 2024 foi de 19,52 kg/habitante. Entre 2015 e 2025, este consumo cresceu 33,4%, enquanto no período o consumo per capita de carne bovina caiu 6,6%, para 29,7 quilos e o de carne de frango 2,9%, para 43,9 quilos. Para especialistas, esses dados são indicativos de que a carne suína tem potencial para crescer ainda mais no País, no curto, médio e longo prazos. Prova disso são os pratos típicos e o sucesso de festas gastronômicas de Toledo e de cidades como São José do Rio Pardo, no interior de São Paulo, onde sempre foi tradição nos almoços de domingo abater porcos para banquetes da família ou de grupos de amigos. A relevância do município para a suinocultura nacional cresceu com o consumo de pratos das Casas do Porco, com rastreio completo da cadeia de produção dos suínos, incluindo animais de raça caipira, criados soltos com manejo que preza pelo bem-estar animal.
Essas conquistas se repetem em todo o País de acordo com tradições, cultura e preferência de consumidores e visitantes e o tipo de suínos criados e abatidos na região. Na Amazônia, por exemplo, criar porco é tarefa estratégica e em regiões onde rios sobem e descem metade do ano, os animais são mantidos em marombas ou currais flutuantes e alimentados com restos de mandioca, cana e frutas. Pela dificuldade do manejo, o porco é prato especial de festas e consumido somente em dias de santos, aniversários e no Natal. Já Minas Gerais é considerado território do porco e sua carne está no feijão tropeiro, na leitoa à pururuca e no torresmo frito na hora, obrigatório nos botecos do Estado. Toledo e o Oeste do Paraná, portanto, fazem a sua parte no esforço para valorizar e elevar o consumo da carne suína no País.
*O autor é deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado