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Produtor de Maripá investe na criação de tilápias para viabilizar pequena propriedade

Ele já conheceu a tecnologia da C.Vale para criação de tilápias em alta densidade, passando de seis para 30 peixes por metro quadrado.

Edegar Martinelli trabalhava em instituições financeiras quando surgiu a oportunidade de adquirir uma propriedade de 22 hectares por um valor atrativo. Acertou a compra e, inicialmente, arrendou a propriedade, no interior de Maripá (PR), para o cultivo de grãos em 12 hectares, e, ainda em 2002, se associou à C.Vale. Quando se aposentou, 20 anos depois, a cooperativa já tinha entrado no segmento peixes. No banco em que trabalhava, clientes piscicultores comentavam as características do negócio como tecnologia, custos e rentabilidade. Acostumado aos números, Edegar percebeu na criação de tilápias uma atividade com potencial para múltiplos benefícios. “Vi que poderia aumentar o retorno sobre o capital investido, viabilizar um funcionário na propriedade e poder desenvolver outras atividades complementares, bem como diversificar o rendimento, não ficar dependente de uma única atividade, no caso, os grãos”, explicou.

Martinelli partiu, então, para a construção de 22.400 metros quadrados de tanques escavados e começou a alojar tilápias pelo sistema de integração da cooperativa em 2018. Nessa época, o irmão Nereu havia retornado de Luiz Eduardo Magalhães, Bahia, e passou a morar na propriedade para cuidar do manejo dos peixes.

TILÁPIAS
Os três tanques recebem, em média, 150 mil tilápias por ciclo de oito a nove meses. A C.Vale fornece os juvenis (peixes de até 30 gramas), a ração, medicamentos, assistência técnica e faz a despesca. Em seis lotes, os Martinelli entregaram as tilápias com peso médio de um quilo. A rentabilidade, em torno de 30%, está dentro do planejado e agrada a Edgar. Porém, ele faz questão de dizer que a parceria com a C.Vale tem outra vantagem: a segurança. Além de estar ao amparo da cooperativa nos aspectos técnicos, a garantia de receber pela produção deixa o integrado tranquilo. Isso porque muitos produtores de peixes levavam calotes de compradores independentes antes de a cooperativa entrar na atividade. “Em cinco dias úteis o dinheiro está na conta”, revela.

ENERGIA ELÉTRICA
Os benefícios com a piscicultura fazem com que Edegar pense em ampliar a produção. Ele já conheceu a tecnologia da C.Vale para criação de tilápias em alta densidade, passando de seis para 30 peixes por metro quadrado. Esse sistema exige volumes de água bem menores que o da criação convencional. É uma alternativa que se encaixa bem na condição da propriedade, que enfrenta escassez de água por não ter acesso direto a rio. No entanto, Martinelli esbarra em um problema estrutural: o fornecimento de energia elétrica. Na Linha Sete Rumos, interior de Maripá, onde fica a propriedade, a rede é trifásica e mesmo assim o nível de tensão varia bastante, afetando equipamentos como aeradores e alimentadores. Isso quando não ocorrem cortes no fornecimento, que exigem a entrada em funcionamento do gerador. Ele até instalou uma usina de placas solares para ajudar no fornecimento de energia, mas elas são insuficientes para a demanda necessária. “O risco que temos, atualmente, e o custo para minimizar esses riscos são elevados. Tenho receio de fazer novos investimentos com as condições atuais, que são de conhecimento amplo da companhia de energia e das autoridades”, afirma.

Os problemas, no entanto, não afetam a percepção do produtor sobre a viabilidade da criação de tilápias. “Eu recomendo como alternativa de renda. Você não fica concentrado numa única atividade, dependendo daquela receita. É um ganho em segurança para os seus negócios”, diz ele, bastante convicto.

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