Produtores de soja do Paraná já contabilizam as perdas causadas na safra causadas pelo clima. O grande volume de chuva do segundo semestre de 2023 atrapalhou na hora do plantio. Agora, é a falta de umidade que vem comprometendo a produção.
“Está iniciando o enchimento de grão, precisamos de muita chuva boa ainda porque está finalizando o ciclo”, diz o agricultor Júnior Pagnan, de Francisco Beltrão, no sudoeste do estado.
Ele já colheu uma parte da soja que plantou, mas a maioria ainda está no campo – 300 hectares que dependem de uma boa chuva nos próximos dias.
“[Muitas] plantas amarelaram e não voltam mais. Para se defender [da seca], a planta começa a diminuir a massa de folhas, podia ter crescido bem mais”, contou.
As perdas também foram sentidas na lavoura do agricultor Altair Johan, em Francisco Beltrão.
“O grão está muito pequeno e não encheu por falta de chuva. Mal dá para pagar as contas, é desanimador”, disse.
Conforme a colheita avança no estado, as perdas vão sendo confirmadas. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou os dados de expectativa de produção no país e, de 155 milhões de toneladas esperadas, cai para149 milhões.
A maior perda é no Paraná – 2,2 milhões de toneladas a menos. Em seguida, Mato Grosso do Sul, com 1,6 milhão de toneladas a menos de soja por conta de problemas climáticos.
Segundo Marcelo Garrido, chefe do Departamento de Economia Rural (Deral), a Secretaria da Agricultura estima uma produção acima de 19,2 ou 19,3 milhões de toneladas até o momento.
“No início da safra eram perto de 22 milhões de toneladas previstas, então já temos uma redução significativa. Ainda temos soja em campo em determinadas regiões, em fases que podem ser atingidas por esse excesso de calor, falta de chuva, e consequentemente esse número vai sendo reavaliado”, completa.
Com informações do G1