Produtores do Paraná avançam e utilizam robôs na pecuária leiteira – Dilceu Sperafico

O autor é deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado.
(Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
Se ordenhadeiras ou máquinas de coletar leite diretamente dos úberes das vacas, para consumo e/ou comércio do produto, nos galpões de propriedades rurais de todo o País, já eram consideradas avanços importantes para a pecuária leiteira, há novidades ainda mais relevantes na atividade. Estão em propriedades de Carambeí, nos Campos Gerais, do Paraná, que têm investido em tecnologia de ponta para transformar sua gestão e produção de leite, alcançando ganhos em eficiência e bem-estar animal. Alguns desses produtores estão dando novo passo na atividade com ampliação da estrutura e instalação de novas unidades de produção, contando com robôs de ordenha, além de outros equipamentos modernos. Uma dessas propriedades conta com 1,8 mil animais da raça holandesa, sendo 800 em lactação, depois de operar por décadas com salas de ordenha convencionais, utilizando as tradicionais ordenhadeiras.
Produtores afirmam que para avançar e crescer seria essencial garantir sustentabilidade em diferentes frentes da atividade. Por isso investiram em tecnologia e automação visando não apenas trazer esse diferencial para a pecuária leiteira, mas também atrair as novas gerações para a atividade produtiva. Conforme os produtores, a região enfrenta escassez de mão-de-obra devido à presença de indústrias nas cidades próximas e a tecnologia é aliada essencial para atrair e reter profissionais. A tecnologia facilita a gestão, melhora o bem-estar animal e torna a rotina mais eficiente e menos desgastante para funcionários de propriedades rurais, o que é essencial para atrair jovens para a atividade. Os produtores relatam que nos processos de adesão à tecnologia e de crescimento da produção, muitos deles começaram a instalar robôs de ordenha em suas propriedades rurais, para aprenderem a trabalhar com os novos equipamentos.
Com isso, o total de animais em produção de leite em muitas propriedades passou a ser de 720 vacas, sendo 600 na sala de ordenha convencional e 120 nos espaços com dois robôs. O destino desses robôs deveria ser novas instalações, mas o trabalho deu tão certo que resolveram mantê-los nas antigas e comprar outros para as novas unidades. Segundo os produtores, desde a adoção do robô de ordenha foi observado aumento médio de produção de sete litros diários por vaca, quando comparado ao desempenho com ordenha convencional. Destacam ainda que este aumento na produção vem acompanhado de boa nutrição, manejo adequado e conforto do ambiente. Além disso, a automação também garante às vacas liberdade para ordenhar, se alimentar e descansar, o que se reflete diretamente na qualidade e produtividade animal.
Algumas propriedades também contam com fornecedor automático de alimentos, que tem como principal função manter a comida próxima das vacas, garantindo que a ração esteja disponível quando desejarem se alimentar. O equipamento também reduz a necessidade de esforço humano ou mecânico para reposicionar a comida, substituindo o trabalho manual ou o uso de máquinas. Os primeiros robôs foram adquiridos pelos produtores da região em 2024 e os equipamentos iniciais pertenciam a sistemas projetados para também garantir a limpeza dos corredores dos galpões, proporcionando ambiente mais higiênico e confortável e contribuindo para a saúde dos cascos dos animais. O equipamento suga o esterco e a urina nas pistas e os descarrega em pontos de coleta dos produtos.
*O autor é deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado

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