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Rio Paraguai atinge a cota mais baixa dos últimos 124 anos

Rio mais importante do Pantanal vive a seca mais grave da história.
(Foto: Ministério de Minas e Energia)

O Rio Paraguai atingiu a cota mais baixa dos últimos 124 anos, com menos 62 centímetros. O rio é o mais importante do Pantanal, que vive a seca mais grave da história. O número foi registrado nesse sábado (12/10), na estação de referência em Ladário, no Mato Grosso do Sul.

Segundo o Serviço Geológico do Brasil, a marca superou o recorde anterior de menos 61 centímetros, alcançado em 1964. Desde que o monitoramento começou em 1900, os níveis do rio nunca estiveram tão baixos.

O pesquisador Marcus Suassuna, do Serviço Geológico, explicou que a seca na região é observada desde outubro do ano passado, com chuvas abaixo do normal.

“Nas últimas semanas, o ritmo de descida do rio diminuiu consideravelmente, então o rio vinha baixando nesse trecho de Ladário a um centímetro, dois centímetros por dia, e na última semana esse ritmo diminuiu bastante. O rio praticamente estabilizou desde segunda-feira. Então ele vem estabilizando justamente em razão de chuvas que vêm sendo observadas já nesse período do início da estação chuvosa.”

De 2020 a 2024, o deficit de chuvas acumulado foi de cerca de 1.020 milímetros no Pantanal. É como se, nos últimos cinco anos, tivesse faltado um ano inteiro de precipitações.

O pesquisador Marcus Suassuna disse que a recuperação do Rio Paraguai será lenta, mas estável.

“É esperado que essas chuvas continuem acontecendo, mas não em ritmo muito forte, que vai indicar uma subida muito rápida dos níveis do Rio Paraguai nesse trecho. Então, é esperado uma recuperação lenta do Rio, não só nesse trecho, mas em toda a bacia. E espera-se, por exemplo, que nessa bacia o rio mantenha-se abaixo da cota zero, até a segunda quinzena de novembro, em razão dessa recuperação, que vai ser bastante gradual.”

Outras estações também bateram mínimas históricas.

É o caso de Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, com a cota de 62 centímetros, e Barra do Bugres, em Mato Grosso, com 22 centímetros.

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