Três ex-militares são acusados de estuprar duas adolescentes e ameaçá-las para não serem denunciados, no Paraná

Segundo o MP-PR, crimes aconteceram na época em que eles estavam no Exército. Um quarto homem também se tornou réu por participar dos crimes.
(Foto: Reprodução)

Três ex-militares se tornaram réus acusados de estuprar uma adolescente de 15 anos e outra de 17 em Castro, nos Campos Gerais do Paraná, e ameaçá-las para tentar evitar que elas os denunciassem pelo crime. As informações são do Ministério Público do Paraná (MP-PR), responsável por formalizar a denúncia que foi aceita pela Justiça.

Segundo o órgão, o caso aconteceu na época em que os acusados serviam ao Exército Brasileiro. Além deles, um quarto homem, que não tem relação com o serviço militar, também foi denunciado por participar dos delitos.

Como as vítimas têm menos de 18 anos e os crimes são sexuais, o processo tramita em sigilo e os nomes dos envolvidos não foram revelados.

O MP-PR explica que formalizou a denúncia à Justiça em outubro de 2025 porque as investigações foram concluídas pela Polícia Civil neste mês, mas que os crimes aconteceram, de fato, no primeiro semestre de 2024.

A delegada Renata Batista afirma que, na época, os homens tinham entre 18 e 20 anos de idade e forneceram bebidas alcoólicas às adolescentes.

“Quando as vítimas estavam embriagadas e sem condições de esboçar reação, um dos então militares teria praticado atos libidinosos diversos da conjunção carnal com as duas vítimas. Uma das vítimas também teria sido estuprada por outro então militar”, complementa o MP-PR.

Os homens foram denunciados pelos crimes de fornecimento de bebidas alcoólicas, estupro de vulnerável, perseguição e ameaça.

Em nota, o 5º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado – batalhão do Exército onde os acusados serviam – destacou que não foi notificado sobre o caso porque os denunciados não atuam mais na organização militar.

Estupro e ameaças
De acordo com o Ministério Público, os crimes aconteceram entre a noite do dia 2 março e a madrugada de 3 de março de 2024, em uma casa do Bairro Bela Vista e em uma festa na região conhecida como Tronco.

A denúncia aponta que primeiro os acusados ofereceram bebidas alcoólicas às adolescentes e, depois, abusaram das vítimas.

“A denúncia relata ainda que, após o início das investigações, entre os meses de maio e junho, uma das vítimas passou a sofrer perseguição dos três então militares, que pretendiam intimidá-la e retaliá-la. Ela também foi vítima de ameaça, com o envio da imagem de um revólver, por mensagem de celular, transmitida pelo quarto acusado (civil). Devido a essas ocorrências, o MP-PR requereu e uma das vítimas obteve medidas protetivas de urgência, deferidas na forma da Lei 14.344/22 (Lei Henry Borel)”, explica o órgão.

Ainda conforme o MP-PR, as investigações foram concluídas pela Polícia Civil no dia 6 de outubro de 2025 e a denúncia foi formalizada à Justiça no dia 14.

O g1 questionou a Polícia Civil sobre o tempo levado para a conclusão do inquérito e perguntou à corporação e ao MP-PR sobre porque os acusados não chegaram a ser presos, mas não obteve respostas até a publicação desta reportagem.

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