Último suspeito de envolvimento em morte de miss no Paraná é preso enquanto visitava família, sete anos após crime

Outros quatro homens foram presos durante operação da polícia em junho deste ano.

Foi preso preventivamente o último suspeito de envolvimento na morte de Bruna Zucco Segatin, de 21 anos, e de Valdir de Brito Feitosa, de 30, segundo a Polícia Civil do Paraná (PC-PR). Eliezer Lopes de Almeida é apontado pela investigação como o intermediador entre o mandante e os assassinos das vítimas. O duplo homicídio aconteceu em Altônia, no noroeste do Paraná, em 2018, cidade em que Bruna foi eleita miss um ano antes.

Segundo o delegado Reginaldo Caetano, Eliezer foi abordado em Pato Branco, no sudoeste do estado, no domingo (24), enquanto visitava a família na cidade.

A Polícia Militar (PM-PR) informou que a prisão aconteceu depois de uma denúncia sobre a presença do suspeito – que estava foragido – na cidade. Ele foi encontrado na parte externa da casa, no bairro São Cristóvão.

Ainda conforme a PM, antes de ser encaminhado à Polícia Penal do Paraná, Eliezer precisou ficar em observação em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) porque houve suspeita de princípio de infarto.

Ao g1, o advogado Jackson Bahls, que representa Eliezer, negou qualquer envolvimento do homem no crime. Ele alega que a acusação foi feita por um ex-funcionário do suspeito, após desacordos. “Já existe pedido de revogação da [prisão] preventiva”, disse.

No dia 7 de junho, quatro homens investigados pelo mesmo crime também foram presos em uma operação da Polícia Civil (PC-PR) do Paraná e Santa Catarina. O suspeito de ser o mandante estava em um apartamento com porta blindada, em Balneário Camboriú (SC).

Investigação
Conforme o delegado Reginaldo Caetano, os crimes foram motivados pela disputa entre grupos que atuam no contrabando e no tráfico de drogas.

Bruna havia sido eleita Miss Altônia em 2017 e foi morta, segundo o inquérito, porque estava na companhia de Valdir – suspeito de realizar contrabando de cigarros. Caetano explicou que ela não tinha envolvimento com os crimes ou com a disputa. “a mulher assassinada […] não tinha nenhum envolvimento com o crime, tendo sido executada apenas por estar com o homem, para que não pudesse testemunhar contra os assassinos”, também informa a nota do MP-PR.

O suspeito de ser o mandante tem ligação com o tráfico de drogas, de acordo com a polícia. Ele teria planejado o crime, contratando um pistoleiro de Santa Catarina e dado apoio financeiro para que o homem morasse por alguns dias em Altônia até que fosse possível abordar Valdir.

No momento da abordagem, Bruna estava junto a ele e também foi morta. Os dois foram atingidos por tiros.

No total, foram sete anos de investigação. A polícia divulgou que indícios importantes foram destruídos pelo incêndio onde os corpos estavam, e isso dificultou o trabalho.

Relembre o caso
A Miss Altônia Bruna Zucco, de 21 anos, foi vista pela última vez na madrugada de 22 de março de 2018, depois de sair da faculdade.

Na manhã do mesmo dia, dois corpos foram encontrados carbonizados em uma picape em uma estrada rural do município.

Desde o início das investigações a polícia trabalhava com a hipótese de que os corpos encontrados queimados eram das vítimas. O irmão de Feitosa já havia reconhecido o carro e uma caixa de ferramentas que estava na caçamba do veículo.

Os moradores de Altônia relataram o clima tenso na cidade após os crimes, e disseram que esperavam que uma solução rápida.

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