O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, admitiu pela primeira vez que pode ceder parte do território à Rússia para chegar a um acordo pelo fim da guerra.
A indicação foi feita a jornalistas neste domingo (17), após uma reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Bruxelas.
“Precisamos de negociações reais, o que significa que elas podem começar onde a linha de frente está agora”, afirmou Zelensky.
A colocação se dá em um período de pressões para que a Ucrânia ceda parte do território. A condição foi indicada pela Rússia, na última semana, e tem ganhado incentivos de outros líderes internacionais, como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O ucraniano mostrou resistência ao pedido, mas pontuou a necessidade de um acordo com a Rússia e pediu para que etapas de negociação sejam definidas durante um cessar-fogo.
“A instituição da Ucrânia torna impossível a cessão de território ou a troca de terras. Como a questão territorial é tão importante, ela deve ser discutida apenas pelos líderes da Ucrânia e da Rússia no acordo trilateral Ucrânia-Estados Unidos-Rússia”, disse.
A pausa do conflito para negociações também foi defendida por von der Leyen, que condenou a possibilidade de territórios mediante o uso da força.
“Em relação a quaisquer questões territoriais na Ucrânia, nossa posição é clara: as fronteiras internacionais não podem ser alteradas pela força. Essas são decisões a serem tomadas pela Ucrânia, e somente pela Ucrânia, e essas decisões não podem ser tomadas sem a Ucrânia na mesa de negociações”, delcarou.
A expectativa é de que o assunto volte a ser tratado nesta segunda-feira (18), em uma reunião proposta por Trump na Casa Branca para negociar a situação da guerra entre Rússia e Ucrânia, que se estende há mais de três anos.
O encontro contará, também, com representes de países Europeus, como a própria von de Leyen, o presidente da França, Emmanuel Macron, o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, e o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte.