O PT seguirá com sua ofensiva política contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, independentemente do placar unânime na decisão que interrompeu o ciclo de queda na taxa básica de juros.
Na reunião de quarta-feira, mesmo diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para compor o Comitê de Política Monetária votaram para manter a Selic em 10,5%.
Depois de mobilizar líderes em várias frentes em críticas a Campos Neto, o PT decidiu ontem ingressar com uma ação popular, pedindo à Justiça Federal que proíba o presidente do BC de conceder entrevistas e fazer manifestações públicas de teor político.
O texto, revelado pelo blog, acusa Campos Neto de se utilizar politicamente do cargo, apontando a existência de conflito de interesses.
Nos bastidores, líderes petistas dizem que “debate técnico” no âmbito do Copom não muda o fato de que haveria, segundo o partido, o uso político da cadeira de presidente do BC.
Sob reserva, um petista próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ao blog que o mandatário sempre respeitou a “autonomia” dos diretores indicados por ele.
As atenções do mercado voltaram-se principalmente para o posicionamento de Gabriel Galípolo, cotado para ser indicado para o comando do BC após a saída de Campos Neto.