No PL, Bolsonaro dará palavra final sobre semipresidencialismo

Ex-presidente deve ser consultado pela bancada do partido caso projeto avance no Congresso.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, durante a solenidade de posse dos ministros da Justiça e Segurança Pública; e da Advocacia-Geral da União no Palácio do Planalto

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será consultado pela bancada do PL caso a PEC que institui o semipresidencialismo avance no Congresso.

O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), disse à CNN que Bolsonaro dará a palavra final sobre eventual apoio à PEC. A proposta de autoria do deputado Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR) já conta com a assinatura de deputados da legenda.

Sóstenes Cavalcante diz ser, pessoalmente, contrário a alteração no regime de poder.

“Eu, pessoalmente, não gosto da ideia, mas ainda não analisei o projeto (…). Partidos que tem candidato a presidente da República, dificilmente, embarcam em projeto que enfraquece o poder e a autonomia do Executivo”, afirmou.

Bolsonaro já deu declarações contrário ao debate. No passado, chamou a proposta de “besteira” e “idiota”. O tema chegou a ser discutido pelo Congresso Nacional durante o mandato do líder de direita, mas não avançou.

Assim como o presidente Lula, o PT é contra o avanço da PEC na Câmara. A presidente do partido, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse que a proposta “visa tirar, da maioria da população, o direito de eleger um presidente com poderes de fato para governar”.

Luiz Carlos Hauly entende que a PEC é apartidária e beneficiaria tanto a esquerda quanto a direita.

“Essa medida é salutar para os grandes líderes que conduzem as massas às ruas, como o Bolsonaro, como o Lula. Entendo como uma matéria benigna para esses líderes, que tem como responsabilidade governar, demitir o primeiro-ministro, trocar de governo. É muito fácil, muito mais ágil, com zero prejuízo para a economia e para a população”, afirmou.

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