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Dono da casa onde foragida por matar a filha no PR foi encontrada disse que vizinhança não desconfiava do crime: ‘Tinha amizade com todo mundo’

Ela é acusada de matar Andréa de Lorena para tentar ficar com a guarda do neto, conforme o MP.
(Foto: Polícia Militar do Paraná)

Jorge Mário de Jesus, dono da casa onde Tânia Djanira Melo Becker de Lorena, de 59 anos, foi encontrada e presa pela Polícia Militar (PM-PR) no sábado (11), contou que conhece a acusada há 10 anos, mas que nunca imaginou que ela respondia por assassinato.

Tânia estava foragida desde 2007. Ela é acusada de matar a própria filha, Andréa Rosa de Lorena, de 23 anos, para tentar ficar com a guarda do neto. O crime foi em 2007, em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

Para Jorge Mário e outras pessoas de Marilândia do Sul, no norte do Paraná, a acusada se apresentava como Lurdes. A cidade tem pouco mais de 8,6 mil habitantes, segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Ela fez tinha amizade com todo mundo aqui na cidade de Marilândia. Todo mundo conhecia ela. Eu acho que em 10 anos daqui ela não teve passagem nenhuma”, disse em entrevista à RPC.

No dia da prisão, segundo a PM, Tânia estava trabalhando de faxineira na casa de Jorge Mário de Jesus. Ele disse que ela se escondeu atrás de uma geladeira quando os agentes chegaram.

“Ela não tinha documento original e apresentava o documento falso, e por isso ela realizava trabalhos informais como diarista, doméstica e não ter que registrá-la para evitar eventual conflito e identificar que era procurada pela Justiça”, disse o Major Rangel Calixto Peijo.

Até a publicação desta reportagem, Tânia não tinha defesa constituída.

Em nota, a advogada Taís de Sá, que representa o viúvo de Andréa, Juliano Saldanha, disse que a prisão de Tânia foi recebida com alívio pela família da vítima.

Como foi a prisão de Tânia
Em relatório, a PM informou ter recebido denúncias anônimas. Com isso, foi até uma residência apontada na denúncia e questionou o proprietário se ali estava uma pessoa chamada Lurdes.

A PM disse que o homem confirmou a informação e afirmou que Lurdes trabalhava como faxineira.

No local, os policiais questionaram se ela sabia de denúncias contra ela pelo crime em Quatro Barras, o que ela confirmou. De acordo com o relatório, ela não demonstrou surpresa com a presença dos policiais.

Durante a abordagem, a polícia consultou o verdadeiro nome da mulher no sistema e constatou que a pessoa, na verdade, se tratava de Tânia de Lorena.

Como ela tinha um mandado de prisão em aberto, foi detida e encaminhada para o sistema prisional da regional de Londrina.

Segundo a Polícia Civil do Paraná, por conta do mandado, ela não prestou depoimento e foi levada direto à cadeia pública de Londrina, onde fica à disposição da Justiça.

O processo contra Tânia e Everson
Mesmo foragida, Tânia foi denunciada pelo Ministério Público em dezembro de 2007 por homicídio triplamente qualificado.

Por não ser localizada, entretanto, a denúncia contra ela não foi apreciada – o que deve acontecer a partir da prisão de agora.

Everson Luís Cilian, com quem Tânia era casada, foi denunciado na mesma ocasião. O g1 apurou que ele foi preso em 2022 e virou réu pelo assassinato em 2023.

Everson vai a júri popular
Conforme o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), Everson Cilian vai a júri popular na próxima quarta-feira (15), no fórum de Campina Grande do Sul, cidade da Grande Curitiba onde o processo dele e de Tânia tramitam.

Em nota, o advogado Maurício Baldassarre, que defende Everson, disse que acredita na inocência do cliente.

“Acreditamos em sua inocência, e sua tese de defesa será abordada em momento oportuno dentro do processo. Reitero o compromisso da nossa equipe em garantir uma defesa robusta e justa para o nosso cliente. Estamos confiantes na integridade do processo judicial e esperamos que a justiça seja feita dentro do estabelecido pelo ordenamento jurídico brasileiro.”

O caso
Andréa de Lorena foi morta em 12 de fevereiro de 2007. Ela deixou dois filhos: um menino e uma menina.

Conforme a denúncia, após um almoço de família na casa da vítima, os acusados usaram um fio elétrico para enforcar Andréa até ela parar de respirar.

Depois, colocaram o corpo dela embaixo da cama, que só foi localizado dois dias após a morte.

Segundo o MP apurou, antes do crime, Tânia e Everson pediam a guarda da criança na Justiça depois de terem passado um tempo cuidando do menino enquanto a mãe se recuperava de um acidente de motocicleta.

No processo que investigou o caso, a Justiça considerou declarações de testemunhas que acompanhavam a disputa de Tânia pela guarda do filho de Andréa.

Um dos depoimentos no processo é o da pai da vítima, ex-marido de Tânia. Ele relatou que soube de ameaças da ex-esposa à filha.

Relatou, também, que quando Tânia cuidava da criança, Andréa e o então marido, Juliano Saldanha, precisaram pegar a criança à força.

O homem, apesar de não ser pai biológico do menino, ajudou a esposa a reaver o filho, de acordo com o processo.

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