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Furacão Milton se aproxima da Flórida e pode ser o pior em 100 anos

Fenômeno, que se formou no fim de semana, deve tocar o solo na Flórida na quarta-feira (9).
Foto: Reprodução/Centro Nacional de Furacões dos EUA

Em um período de pouco mais de quatro horas na segunda-feira (7), o furacão Milton, que se aproxima da Flórida, nos EUA, ganhou uma força “explosiva”, como classificou o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês). O fenômeno subiu da categoria 2 para a 5, a máxima na escala de intensidade de furacões.

O salto assustou especialistas e, segundo o presidente dos Estados Unidos, pode ser “um dos piores dos últimos 100 anos na Flórida”.

De acordo com o NHC, segue com “alto potencial destrutivo”. O fenômeno deve tocar o solo na Flórida na quarta-feira, menos de duas semanas após o furacão Helene ter inundado a costa do estado, causando destruição e mortes.

O governo local prepara a maior evacuação no estado nos últimos oito anos — desde o furacão Irma, em 2017 — e fechou todos os portos nesta terça-feira. O presidente dos EUA, Joe Biden, cancelou a viagem que faria à Ásia para acompanhar a passagem do furacão pelo país.

O Milton, que se formou no Golfo do México, ainda não tocou o solo em nenhum país. Nesta manhã, ele passou perto península de Yucatán, no norte do México, onde grandes ondas e ventos fortes são previstos.

O furacão Milton deve atingir área metropolitana de Tampa, densamente populosa — a população é de mais de 3,3 milhões de pessoas —, com um potencial impacto direto e ameaçando a mesma faixa de costa que foi devastada por Helene.

Parte da população de Tampa já começou a evacuar a cidade. Longos trechos de trânsito foram registrados nesta segunda na Interstate 75, rodovia que vai para o norte do estado. Equipes de resgate também apressaram os trabalhos para limpar os destroços deixados por Helene.

Quando Milton tocará o solo nos EUA?
De acordo com o rastreador de furacões ao vivo do Centro Nacional de Furacões dos EUA, o Milton tocará o solo na costa oeste da Flórida na quarta-feira (9). Espera-se que ele enfraqueça ligeiramente para uma tempestade de Categoria 3 quando atingir a costa na região da Baía de Tampa, que não sofre impacto direto de um furacão em mais de um século.

Ele pode manter a força de furacão enquanto avança pelo centro da Flórida em direção ao Oceano Atlântico. Isso pouparia em grande parte outros estados devastados por Helene, que matou pelo menos 230 pessoas em seu caminho da Flórida até os estados da Carolina do Norte e do Sul.

Como o furacão evoluiu nos últimos dias?
Milton se intensificou rapidamente na segunda-feira sobre o Golfo do México oriental. Em menos de 24 horas, foi de uma tempestade tropical para um furacão de categoria 5, a terceira mais rápida em intensificação já registrada no Oceano Atlântico, de acordo com o Centro Nacional de Furacões dos EUA.

O governador da Flórida, Ron DeSantis, disse em uma entrevista coletiva na segunda-feira à tarde que o furacão já é muito mais forte do que o previsto há dois dias.

Com ventos máximos sustentados de até 285 km/h, o Centro Nacional de Furacões informou que o centro da tempestade estava a cerca de 1.085 quilômetros ao sudoeste de Tampa no final da tarde.

A área da Baía de Tampa ainda está se recuperando de Helene e sua poderosa ressaca.

Por que o furacão Milton se intensificou tão rapidamente?
O furacão Milton teve um crescimento de velocidade recorde para a época, pulando em poucas horas da categoria 2 para 5, a máxima na escala. A velocidade do vento de Milton aumentou 148 km/h em 24 horas — um ritmo que só é superado pelos furacões Wilma em 2005 e Felix em 2007.

O salto de categorias em um período tão curto é extremamente raro e assustou os meteorologistas, que previam inicialmente que o fenômeno chegasse à categoria 3.

Um dos motivos para o Milton ter se fortalecido tão rápido é o seu pequeno olho do furacão, considerado um “olho de alfinete”, semelhante ao de Wilma, disse o pesquisador de furacões da Universidade Estadual do Colorado, Phil Klotzbach.

O furacão provavelmente passará por um ciclo de substituição da parede do olho, um processo natural que forma um novo olho e aumenta o tamanho da tempestade, mas enfraquece a velocidade dos ventos, explicou Klotzbach.

O Golfo do México está excepcionalmente quente no momento, então “o combustível está lá”, e Milton provavelmente passou por uma área de calor extra que o intensificou ainda mais, disse a cientista de furacões da Universidade de Albany, Kristen Corbosiero.

O último furacão a atingir a categoria 5 ao tocar o solo nos EUA continentais foi o Michael em 2018.

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