A MetSul Meteorologia adverte que monitora uma potencial situação de muito alto risco meteorológico para o final desta semana, com a possível formação de um intenso ciclone sobre o Sul do Brasil, capaz de provocar chuvas volumosas e ventos muito fortes.
De acordo com a MetSul, modelos meteorológicos internacionais — como o europeu ECMWF, o norte-americano GFS/NOAA e o britânico UKMET — vêm indicando há vários dias o aprofundamento de um centro de baixa pressão na altura do Rio Grande do Sul, o que daria origem a uma ciclogênese, ou seja, a formação de um ciclone.
Modelos baseados em inteligência artificial também apontam a formação desse sistema. O processo deve ter início no Oceano Pacífico, ainda na quinta-feira (6), com uma baixa pressão em médios e altos níveis da atmosfera, também chamada de baixa fria.
Na sequência, o sistema deve cruzar os Andes e atingir o Centro e o Nordeste da Argentina na sexta-feira (7). Nesse momento, a baixa em altitude entraria em fase com outra baixa pressão em superfície, que passaria por rápido aprofundamento, dando origem ao ciclone.
Chuvas intensas e temporais
Entre o final da quinta (6) e o início da sexta-feira (7), sob influência de ar quente e úmido muito instável, devem se formar intensas áreas de instabilidade entre o Centro e o Nordeste da Argentina, com chuva forte e tempestades severas que alcançarão o Oeste do Rio Grande do Sul.
Os modelos indicam que, ao longo da sexta-feira, a baixa pressão estará posicionada sobre o território gaúcho, com valores de pressão atmosférica entre 994 hPa e 995 hPa — números considerados muito baixos e atípicos para a região.
A sexta-feira deve ser o dia de instabilidade mais intensa no Sul do Brasil, com chuvas localmente fortes a intensas e temporais com risco de granizo e vendavais, especialmente no Rio Grande do Sul, que tende a ser o estado mais afetado.
Modelos numéricos apontam volumes de chuva entre 50 mm e 100 mm em apenas 24 horas, podendo superar os 100 mm em alguns municípios. A região de Porto Alegre e entorno aparece entre as áreas de maior risco de chuva volumosa, com possibilidade de alagamentos e transtornos.
Em Santa Catarina e no Paraná, também são esperadas chuvas fortes e tempestades isoladas na sexta-feira, avançando depois para Mato Grosso do Sul e São Paulo.
Ventos muito fortes
Com a formação e o avanço do ciclone, o vento deve ser forte a muito forte no Sul do Brasil, com o período mais crítico previsto entre a tarde e a noite de sexta (7) e durante o sábado (8).
As projeções atuais indicam rajadas de 60 km/h a 80 km/h em grande número de municípios, especialmente no Rio Grande do Sul, com picos próximos ou acima de 100 km/h em áreas do litoral, Lagoa dos Patos, Porto Alegre e região metropolitana. Essas rajadas intensas também podem atingir o Sul e o Planalto Sul Catarinense.
No sábado (8), o centro da baixa pressão deve estar localizado próximo à costa gaúcha, deslocando-se gradualmente para o Oceano Atlântico ao longo do dia, reduzindo os efeitos diretos sobre o continente, embora o vento continue forte em áreas costeiras.
Acompanhamento é fundamental
A MetSul Meteorologia alerta que, por experiência, as projeções de trajetória e intensidade de sistemas de baixa pressão ou ciclones podem sofrer alterações conforme se aproxima a data do evento. Pequenas variações podem modificar a distribuição da chuva e do vento e definir quais áreas serão mais afetadas.
Por isso, a recomendação é acompanhar as atualizações diárias dos prognósticos meteorológicos. A MetSul informa que novos dados, com maior precisão, devem estar disponíveis a partir de quarta (5) e quinta (6), e seguirá emitindo alertas atualizados em seu site e redes sociais.
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