A morte de Cesar Vera Davalos, de 46 anos, em um secador de grãos em Assis Chateaubriand, no oeste do Paraná, foi causada por queda após a passarela onde ele e outro colega estavam ceder, de acordo com o delgado de Polícia Civil de Assis Chateaubriand, Túlio Fernando de Almeida.
“Ao que foi repassado nas declarações, houve um princípio de incêndio e os funcionários, na tentativa de controlar esse incêndio, teriam se dirigido a esse secador de grãos e a passarela de acesso teria cedido, o que ocasionou a queda e morte de um dos funcionários, e de outro, que ficou em estado grave”, afirmou o delgado.
O caso foi registrado na madrugada de quinta-feira (6). Inicialmente a Polícia Militar informou que uma explosão teria causado a queda de ambos, porém, após análise do local, a Polícia Civil diz que houve principio de incêndio e na tentava de conter chamas, os funcionários caíram de uma passarela que rompeu.
Cesar Vera Davalos, de 46 anos, que era paraguaio, foi enterrado no país de origem na manhã desta sexta (7). Ele deixa uma filha de 9 anos.
O outro funcionário que ficou gravemente ferido é o jovem Gabriel Marcenichen Mangon, de 23 anos, que foi levado ao Hospital Bom Jesus, de Toledo, na mesma região do estado. A última atualização do estado de saúde dele indica que a vítima está em estado grave.
A secagem de grãos é o processo de remoção da água do interior dos grãos após a colheita na lavoura. A secagem é necessária para diminuir a umidade dos grãos armazenados reduzindo os riscos de que o produto perca qualidade ou estrague.
Investigação
De acordo com o delgado de Polícia Civil de Assis Chateaubriand, Túlio Fernando de Almeida, equipes estão no local colhendo informações e também identificando os responsáveis pela manutenção e demais aspectos do uso do equipamento de secagem.
“Nós precisamos avançar para saber se de fato houve também algum tipo de desuso de material necessário para a segurança do trabalhador e se houve alguma inobservância das regras técnicas. […] Precisamos identificar quem são responsáveis tanto pela fiscalização de cumprimento de regras quanto pela fiscalização e manutenção dos equipamentos”, afirmou o delegado.
No fim da tarde de quinta, o delegado afirmou que um representante da cooperativa disse que uma estrutura do silo foi “incendiada” e que, na tentativa de conter a situação, dos funcionários teriam se pendurado na estrutura que se rompeu.
O delegado disse que os responsáveis pelo setor e pessoas responsáveis pela manutenção da máquina foram intimados a prestar esclarecimentos à polícia. Perícias devem ajudar a esclarecer o que provocou o incêndio e detalhar como tudo aconteceu.
O que diz a C.VAle
Em nota Cooperativa Agoindustrial C.Vale informou que “um prestador de serviço terceirizado e um funcionário da cooperativa estavam verificando um princípio de incêndio em um secador de grãos quando a passarela externa que eles utilizavam cedeu provocando a queda dos trabalhadores de uma altura de seis a oito metros”, diz trecho.
A nota diz ainda que ambos os trabalhadores utilizavam Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e que está prestando assistência às vítimas e familiares.