Data Atual
Search
Close this search box.
Search
Close this search box.

Alerta: dois fatores devem trazer ferrugem asiática mais cedo ao Sul do país

Consórcio Antiferrugem já registrou 21 casos da doença em soja voluntária, sendo 19 deles nos três estados do Sul do país.
Foto: Rafael Soares

A safra 2023/24 de soja registrou, até o momento, dois casos de ferrugem-asiática em lavoura comercial. As ocorrências foram identificadas em Tocantins, nos municípios de Formoso do Araguaia e Lagoa da Confusão.

No entanto, o Consórcio Antiferrugem já teve 21 reportes da doença em soja voluntária, sendo 19 deles nos três estados do Sul do país. Os outros dois foram em São Paulo.

O coordenador estadual do projeto Grãos Sustentáveis do Instituto de Desenvolvimento do Paraná (IDR-Paraná), Edivan José Possamai, lembra que o principal dano causado pela doença é a desfolha precoce, impedindo a completa formação dos grãos, com consequente redução dos rendimentos da cultura.

Segundo ele, dois fatores devem levar a doença da soja mais cedo ao Sul do país do que em safras anteriores:

  1. Inverno ameno: este ano, a estação não trouxe geadas fortes, o que beneficiou o desenvolvimento da soja “guaxa” (plantas que nascem espontaneamente), sobretudo onde o vazio sanitário da soja não foi realizado com rigor, o que garantiu a sobrevivência da doença em plantas espontâneas;
  2. O clima: o El Niño aumenta a ocorrência de chuvas e umidade, condição ideal para o desenvolvimento da doença.

Como prevenir a ferrugem-asiática?
O manejo da ferrugem-asiática está ancorado em três estratégias, de acordo com a Embrapa:

  • Uso de cultivares com genes de resistência;
  • Vazio sanitário e calendarização da semeadura da soja
  • Uso de fungicidas

Segundo o pesquisador da Embrapa Soja Maurício Meyer, as semeaduras tardias podem receber populações do fungo já no início do desenvolvimento da lavoura, o que exige a antecipação do uso de fungicidas e demanda maior número de aplicações, o que é preocupante.

“Quanto maior o número de aplicações, maior a exposição do fungo aos fungicidas e maior a chance de acelerar o processo de seleção de populações resistentes a esses fungicidas”, reforça Meyer.

De acordo com ele, apesar da contribuição dos fungicidas, a redução da eficiência dos produtos disponíveis no mercado vem sendo observada desde a safra 2007/08 em função da adaptação do fungo.

“Segundo a indústria química, não há perspectiva de novos princípios ativos de fungicidas nos próximos anos. Por isso, a aplicação dessas medidas restritivas se faz necessária enquanto não houver uma solução definitiva para o problema”, reforça.

Com informações do Canal Rural

Veja também