Durante sessão na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (29), o deputado André Fernandes (PL-CE) pediu “um minuto de aplausos para os mais de 100 bandidos assassinados no Rio de Janeiro”.
O parlamentar, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), elogiou a megaoperação das forças de segurança fluminenses e afirmou que o número de mortos “pode chegar a 200, 300, o quanto seja necessário”.
A declaração foi feita um dia após a ação que deixou ao menos 119 mortos, segundo balanço das autoridades. A operação, considerada a mais letal da história do Rio, teve início na terça-feira (28) e envolveu a Polícia Civil e a Polícia Militar fluminense. No total, 58 corpos foram localizados no dia da operação e outros 61 encontrados em uma mata nesta quarta-feira (29).
André Fernandes iniciou sua fala mencionando os quatro policiais mortos durante a ação.
“Agora há pouco, aqui foi dado um minuto de silêncio aos quatro policiais, aqueles quatro guerreiros que infelizmente foram abatidos nessa mega operação, uma perfeita operação. Só não foi perfeita por causa desses homicídios dos nossos guerreiros policiais”, disse o deputado.
Em seguida, o parlamentar fez o pedido: “Como já foi dado um minuto de silêncio aos quatro policiais militares e civis ali no Rio de Janeiro, eu gostaria de pedir que essa Casa fizesse, neste exato momento, um minuto de aplausos para os mais de cem bandidos assassinados no Rio de Janeiro.”
Até o momento, as forças de segurança afirmam ter apreendido 118 armas, incluindo 91 fuzis, além de toneladas de drogas.
Mais cedo, o novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, afirmou nesta quarta-feira (29), que tem orgulho de fazer parte de um governo "que sabe que a cabeça do crime organizado desse país não está no barraco de uma favela".
"Muitas vezes está na lavagem de dinheiro lá na Faria Lima, como nós vimos na operação Carbono Oculto da Polícia Federal", disse Boulos. A declaração aconteceu durante discurso de posse, em evento no Palácio do Planalto, em referência à megaoperação das forças de segurança do Rio de Janeiro nos complexos da Penha e do Alemão.
Minutos antes, Boulos havia pedido um minuto de silêncio pelas vítimas da operação. A cerimônia de posse teve a presença de vários ministros do Estado, deputados, movimentos sociais e familiares, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Discursaram apenas Márcio Macêdo, ex-chefe da pasta, e Guilherme Boulos.




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