Sob risco de uma CPI que pode colocar o governo novamente em dificuldade, o Palácio do Planalto delegou aos ministros da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), a missão de acionar líderes da base aliada e do centrão em busca de esvaziar o apoio às investigações sugeridas por deputados oposicionistas sobre o leilão para importar arroz.
A CPI do Arroz já tem 150 das 171 assinaturas necessárias para sua criação, mas o ritmo de adesões caiu fortemente nos últimos dias.
De terça para quarta-feira, mesmo após o depoimento do ex-secretário de Políticas Agrícolas Neri Geller na Câmara, menos de dez assinaturas foram registradas em apoio à CPI, que agora dá sinais de enfraquecimento.
Na quarta-feira (19), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em depoimento à Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, disse que as empresas que levaram o leilão do arroz eram capacitadas e tinham expertise nas importações.
Sobre a exoneração de Neri Geller, Fávaro minimizou: “apesar do ato falho do filho, não teve nada de errado para sofrer investigação”.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) cancelou parte do leilão do arroz por suspeita de fraude no arremate de 263 mil toneladas do produto.