O El Niño, que vinha dando as cartas no clima do Brasil, está começando a perder força. É o que diz o boletim mais recente do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), divulgado na sexta-feira (2).
A previsão é que o fenômeno, que causou chuvas acima da média em alguns estados e estiagem em outros, fique mais fraco ao longo dos próximos meses.
De forte, o El Niño deve passar para moderado e depois para fraco até abril deste ano.
De acordo com as projeções estendidas do International Research Institute for Climate and Society (IRI), as anomalias de temperatura da superfície do mar no Oceano Pacífico Equatorial, que caracterizam o El Niño, devem atingir a neutralidade no outono de 2024.
Mas não se engane: isso não significa que o clima vai voltar ao normal.
A partir do segundo semestre, existe a chance de La Niña dar o ar da graça.
Há uma probabilidade superior a 50% da formação do fenômeno. O La Niña é caracterizado pelo resfriamento anormal das águas superficiais do Pacífico Equatorial, o que pode ocasionar alterações nos padrões climáticos em diversas regiões do planeta.
No Brasil, registram-se chuvas mais intensas na região Amazônica. No Nordeste, esse fenômeno também implica em um aumento significativo da quantidade de chuvas. Já no Sul, as temperaturas aumentam, com risco maior de estiagem. Quanto ao Sudeste e Centro-Oeste, os impactos são variados.
O que esperar do tempo para os próximos três meses?
- Menos chuva: Norte e Nordeste (principalmente no leste da Amazônia e norte do Nordeste);
- Mais chuva: Oeste da Região Norte (sudoeste do Amazonas e Acre) e Região Sul (grande parte de São Paulo e Mato Grosso do Sul);
- Atenção: Possibilidade de períodos com pouca chuva no leste da Amazônia e norte do Nordeste;
- Tempestades: Possibilidade de chuva forte em algumas regiões do Sudeste e centro-sul do Nordeste;
- Calor: Temperaturas acima da média na maior parte do país;
- Ondas de calor: Possibilidade de períodos com temperaturas muito altas em algumas regiões.
Situação dos rios e reservatórios
Na Região Norte, as vazões continuam em elevação nos rios tributários do Amazonas, resultando em cotas de atenção e alerta em alguns pontos do Acre.
Já na bacia do rio Branco, persiste a situação de estiagem.
Na bacia do rio Paraguai, formadora do Pantanal, ainda persiste a estiagem na porção sul da bacia hidrográfica.
No rio Madeira, as vazões em Porto Velho em janeiro permanecem baixas para o período.
Os reservatórios do SIN aumentaram de 55,1% para 57,3%.
Os reservatórios da bacia do rio São Francisco operam em situação de atenção, com limitação de defluências máximas.
Os principais reservatórios da Região Nordeste ficaram praticamente estáveis, com volume equivalente de 41,2%, e 10 reservatórios regulados pela ANA em situação crítica.
Com informações do Canal Rural