A Justiça não aceitou o pedido de laudo de sanidade mental solicitado pela defesa de Diego Souza em audiência de custódia. O homem de 33 anos matou a filha, de três, e abandonou o corpo dela em um carro em Londrina, norte do Paraná. Ele também atirou contra a ex-companheira.
A decisão acontece após Diego alegar, em depoimento ao delegado, que teve um surto no momento que praticou os crimes.
“Foi coisa que passou na minha cabeça na hora. Sim, me arrependo bastante, mas não estava [premeditado]… O meu plano primário era eu me matar, eu não suportava a ideia dela [a filha] ficar longe de mim e ficar com outro pai”, disse Diego em depoimento.
No auto da prisão em flagrante, a juíza Eveline Zanoni de Andrade declara que “não há, neste momento, pelo Juízo, dúvida sobre a integridade mental do autuado”.
O crime aconteceu na segunda-feira (23). O homem foi preso em flagrante horas depois e a prisão foi convertida para preventiva, após pedido do Ministério Público do Paraná (MP-PR).
Ao g1, a defesa de Diego informou que irá solicitar consulta com médico psiquiatra, além de entrar com pedido de habeas corpus.
O homem já histórico criminal, com passagens por estupro de vulnerável e violência doméstica, cometidos contra outras mulheres.
Como foi o crime
Na segunda-feira (23), Diego foi até o condomínio em que a ex-companheira mora para entregar a filha do casal, de três anos. Ele e a menina passaram o final de semana juntos.
Ao chegar, de acordo com o depoimento da vítima, Diego disparou contra a filha e, em seguida, atirou contra a mulher. Ela relatou também que fingiu estar morta para que ele parasse de atirar.
Diego, então, fugiu. O carro com o corpo da menina foi encontrado na Rua Ângela Munhoz Moreno. Buscas pelo homem foram feitas pela Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e Polícia Militar.
O homem, que confessou o crime em depoimento, foi encontrado em um bar e recebeu voz de prisão.
A ex-companheira foi levada ao Hospital da Zona Norte de Londrina e recebeu alta médica no mesmo dia. Os ferimentos foram de raspão.
Diego deve responder pelos crimes de feminicídio (contra a filha), tentativa de feminicídio (contra a ex), porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e resistência à prisão.
Histórico de violência
A ex-companheira de Diego disse ao delegado que os dois ficaram juntos por sete anos. Eles se separaram quando a filha completou 45 dias de vida.
“Eu descobri que ele era usuário de drogas”, falou na oitiva.
Diego negou em depoimento que usasse drogas.
À polícia, a vítima disse que cerca de um mês e meio antes do crime Diego tentou agarrá-la dentro de um hospital, onde estava acompanhando a filha após uma cirurgia. Entretanto, o comportamento violento não era comum, de acordo com ela, e não foi registrado boletim de ocorrência.
Ao ser preso, o homem disse que “se sentiu no direito” de cometer os crimes. A informação foi divulgada pelo guarda municipal (GM) Marcos Godoy, em entrevista à RPC.