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O crescimento da demanda e oferta de alimentos industrializados – Dilceu Sperafico

O autor é deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado.
(Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

Para nosso orgulho e satisfação, o Brasil que já era considerado o celeiro de alimentos do mundo, também está passando a ser o grande supermercado do planeta. Isso porque a partir de 2023, se consolidou como País que mais exporta alimentos industrializados e não ultraprocessados, para o resto do mundo. Cerca de 190 países compram esses alimentos do Brasil e voltam a adquirir mostrando confiança na qualidade e segurança dos produtos industrializados do País. No 1º semestre de 2024, o Brasil bateu recorde nas exportações de alimentos industrializados, atingindo saldo de 30,7 bilhões de dólares ou 169,3 bilhões de reais. Com isso não ganharam apenas o agronegócio e as indústrias do setor, pois também cresceu o número de profissionais brasileiros trabalhando nas fabricas de alimentos. Somente no 1º semestre do ano passado foram mais de 150 mil novos postos de trabalho diretos ou indiretos gerados pela atividade.

O crescimento da demanda de alimentos industrializados é resultado da expansão da economia e da geração de empregos, no País e no mundo, mas as crises climáticas também despertaram a atenção de consumidores para os desafios da produção agropecuária. Excessos de chuvas, secas e fogo nas lavouras fazem o mercado internacional de alimentos se voltar mais para o Brasil. Ocorre que o País dos infinitos campos de soja, milho, café e trigo também ganhou nova embalagem no mercado externo de alimentos industrializados e matérias-primas. Como destacam especialistas, se o trigo vira macarrão para a exportação, a força da balança comercial brasileira não se limita mais ao campo, pois também está se fortalecendo nos grandes centros urbanos. Isso porque dá ritmo às fábricas e à economia do País, gerando pesquisas, inovações, novos produtos, investimentos, tributos e empregos.

Dessa forma, a imagem do Brasil como grande produtor mundial de alimentos vai incluindo as indústrias do setor. Ocorre que a transformação envolve indústrias de embalagens e químicas, principalmente no que diz respeito a conservantes, colorantes e temperos, entre outros produtos, gerando uma nova cadeia industrial gigantesca. São novidades fantásticas para o agronegócio e o País que precisa urgentemente retomar o seu processo de crescimento sustentado, gerar novos empregos e oportunidades de negócios e aproveitar seu potencial para a produção de alimentos sustentáveis. Como são seus recursos hídricos, topografia e fertilidade do solo, extensão territorial, clima favorável, competências dos agricultores e fidelidade de países importadores.

Ocorre que a indústria compra cerca de 61% do que é produzido no campo e tudo que se perde nas lavouras pode vir afetar a oferta e a disponibilidade de alimentos no médio e longo prazo. Diversos setores industriais têm investido bastante em sustentabilidade, exatamente para evitar os efeitos negativos que podem ser gerados pelos problemas climáticos que o planeta enfrenta. Está certo que o consumo de alimentos naturais é mais saudável, mas com a maior oferta de empregos e oportunidades não são todas as esposas e mães que podem preparar a alimentação da família todos os dias ou adquirir pratos prontos nos restaurantes, o que as obriga a comprar produtos industrializados para as refeições da família, a preços mais acessíveis. Em nossa região temos muitas indústrias que oferecem alimentos saudáveis para consumidores do mundo inteiro.

*O autor é deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado

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